A Justiça do Distrito Federal condenou, nesta quarta-feira (17), o advogado Frederick Wassef, ex-defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro, pelo crime de injúria racial praticado contra uma atendente de uma pizzaria em Brasília.
A pena foi fixada em 1 ano e 9 meses de reclusão, substituída por medidas alternativas, além do pagamento de indenização no valor de R$ 6 mil por danos morais à vítima.
O caso teve origem em denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Os fatos ocorreram em 8 de novembro de 2020, quando Wassef esteve no estabelecimento e manifestou insatisfação com o produto consumido. Segundo os autos, após concluir a refeição, o advogado dirigiu-se ao caixa para reclamar da pizza e, diante da resposta da funcionária de que não havia outras queixas semelhantes, passou a proferir ofensas de cunho racial.
De acordo com a denúncia, a vítima foi chamada de “macaca” e ouviu expressões depreciativas relacionadas à sua condição, caracterizando o teor discriminatório da conduta.
Na decisão, o juiz Omar Dantas Lima, da 3ª Vara Criminal de Brasília, considerou que as palavras utilizadas atingiram diretamente a dignidade da atendente. Para o magistrado, a expressão empregada possui forte carga de desprezo e escárnio, sendo suficiente para demonstrar a intenção ofensiva do réu.
A decisão ainda cabe recurso às instâncias superiores.


