O presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou nesta quarta-feira (17) que irá acionar o Conselho de Ética da Casa contra o senador Hiran Gonçalves (PP-RR) em razão de um desentendimento ocorrido durante a análise do projeto de lei que trata da chamada “OAB da medicina”.
De acordo com Castro, o parlamentar de Roraima teria adotado um comportamento considerado inadequado ao contestar a concessão de um pedido de vista — instrumento que concede mais tempo para análise da matéria em debate.
Segundo o presidente da comissão, Hiran dirigiu-se à presidência do colegiado e ao secretário da mesa de forma “desrespeitosa”, utilizando, conforme relatou, palavras de baixo calão. O senador, no entanto, nega ter ofendido colegas ou servidores do Senado.
A discussão ocorreu de forma breve e durou cerca de um minuto. Durante o episódio, Hiran levantou-se de seu assento, aproximou-se da mesa da presidência, dialogou com o presidente da comissão, funcionários e assessores presentes, e, em seguida, retornou ao seu lugar, na primeira fileira do plenário da CAS.
Cerca de uma hora e meia após o ocorrido, já no encerramento da sessão, Marcelo Castro anunciou oficialmente a decisão de representar contra o colega no Conselho de Ética. Segundo ele, a comissão não pode tolerar condutas que classifica como desrespeitosas e contrárias ao regimento interno do Senado.
O presidente da CAS avaliou a atitude como “deplorável” e afirmou que houve violação ao decoro parlamentar. O conflito teve início porque Dr. Hiran defendia que o pedido de vista apresentado pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE) fosse submetido à votação do colegiado. Castro, por sua vez, indeferiu a solicitação, argumentando que o requerimento foi apresentado fora do momento regimental adequado.


