A cultura alimentar amazônico-paraense é repleta de ingredientes da nossa biodiversidade, como peixes de rio, frutas e a mandioca. Rica e diversa, ela é o ingrediente principal da “Mostra Etnográfica: itinerâncias dos sabores e saberes da cultura alimentar amazônica”. Entre os dias 9 e 12 de dezembro, a mostra estará em cartaz no Ponto de Cultura MOCOHAM – Casa das Histórias, Ilha do Combu, Furo do Benedito e receberá a visitação das escolas EMEIF de Educação no Campo Prof. Milton Monte, EMEC São José e EMEIF Quilombola Francisco Pinto.
A mostra objetiva discutir, desde perspectivas antropológicas e pedagógicas, a cultura alimentar das amazônias paraenses, em particular da Amazônia Atlântica, no âmbito de nove escolas públicas de Belém e Ananindeua, e tem curadoria do antropólogo e pesquisador, prof. Dr. Miguel Picanço, e busca conduzir o público visitante a uma imersão na cultura alimentar amazônico-paraense, por meio de artefatos, fotografias, utensílios, entre outros materiais.
Composta por barcos, redes de pesca, fogões de barro, a representação de uma casa de farinha e seus utensílios (forno, tipiti, rodo, gamelas, peneiras etc.). Além disso, serão exibidas 20 fotografias que retratam o que, como, quando e com quem se come em partes do Pará, especialmente na Amazônia Atlântica e em Belém.
“A ideia é tentar amazonizar o nosso olhar sobre a cultura alimentar que é tão singular para estudantes, professores e para a nossa população”, enfatizou Miguel Picanço, ao destacar que, apesar dos processos de padronização dos costumes alimentares, “é possível manter outras práticas que trazem ancestralidade, como por exemplo, comer a farinha, o que é muito presente na mesa do paraense. Estamos trazendo para as salas de aula conteúdos, histórias, memórias e afetos que falam do cotidiano desses estudantes”.
Além da comunidade escolar, a mostra também é destinada aos pais e responsáveis, líderes comunitários, e demais interessados, como o corpo docente e administrativo da escola.
Todas as escolas selecionadas pelo projeto, receberão um livro de mesmo título da mostra e ganharão uma aula imersiva com degustação de iguarias destes sabores que os saberes da comida cabocla produzem. Entre uma prova e outra de tucupi ou farinha de tapioca, por exemplo, será possível aprender de que modo é colhida a mandioca e que processo e utensílios são usados para produzir o tucupi, a farinha de mandioca ou tapioca e, assim, por diante.
“A obra é um convite à sensibilização do olhar sobre o ato de comer. É uma reflexão sobre a comida como elemento cultural, identitário e simbólico, revelando histórias, afetos e pertencimentos”, destaca Miguel Picanço, autor da obra.
Para os idealizadores do projeto, a mostra, aula imersiva, livro e formação aos professores das escolas irão contribuir para o aprendizado escolar cotidiano das instituições educacionais, sendo elo interdisciplinar com os conteúdos das componentes curriculares.
O projeto da “Mostra Etnográfica: itinerâncias dos sabores e saberes da cultura alimentar amazônica”, foi aprovado pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) 2025, política pública federal que, desde 2022, garante financiamento contínuo para a cultura em todo o país. No Pará, a execução da PNAB é coordenada pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult).
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