O governador do Pará, Helder Barbalho, defendeu nesta quarta-feira (5), no Rio de Janeiro, a ampliação do financiamento climático como fator decisivo para impulsionar a proteção da Amazônia e promover o desenvolvimento sustentável. A declaração foi feita durante o Fórum de Líderes Locais da COP30, realizado no Museu de Arte Moderna (MAM), que reuniu autoridades nacionais e internacionais comprometidas com a ação climática em direção à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), prevista para ocorrer em 2025, em Belém.
Durante o painel “Parceria Climática na Prática: O Modelo do Brasil”, Barbalho dividiu o palco com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. A moderação ficou a cargo de Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível do Clima da COP30. O governador destacou o caráter simbólico do evento, que marca a contagem regressiva para a conferência.
“Estamos acostumados a apresentar nossas ideias pelo mundo. Agora, teremos o único evento sediado na Amazônia, em Belém, e será o momento de mostrarmos o que já está sendo implementado e o que precisa de apoio para ganhar escala”, afirmou Helder.
O chefe do Executivo paraense enfatizou que a mobilização de recursos financeiros é indispensável para transformar compromissos climáticos em resultados concretos. “As urgências climáticas impõem a necessidade de financiamento para que as ideias se tornem realidade”, disse. Ele também ressaltou o esforço do Pará na redução do desmatamento e na criação de políticas inovadoras que valorizam a floresta em pé.
“Floresta viva precisa valer mais do que floresta morta. Criamos o Plano Estadual de Bioeconomia e inauguramos o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia para transformar nossa biodiversidade em ativo de desenvolvimento sustentável”, destacou.
Ao abordar o mercado de carbono, Helder explicou que o Pará está estruturando, por meio do Sistema Jurisdicional de REDD+, um modelo robusto e participativo construído com a colaboração de comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas, extrativistas e agricultores familiares. Segundo ele, a transição verde precisa estar aliada à inclusão social.
“A principal missão de quem vive na Amazônia é cuidar da floresta e das pessoas. Não há justiça climática sem justiça social”, afirmou.
O governador também ressaltou que a COP30 será uma oportunidade única para o mundo conhecer de perto a realidade amazônica. “A COP em Belém permitirá que todos que falam sobre a Amazônia, mas nunca estiveram nela, compreendam que nós somos árvore, mas também somos gente. Abaixo da copa das árvores vivem 29 milhões de brasileiros”, disse.
O Fórum foi encerrado com o painel “De Paris a Belém: Um Chamado à Ação”, moderado por Antha Williams, da Bloomberg Philanthropies, com a participação de Laurence Tubiana, CEO da Fundação Europeia do Clima (ECF); Tony Evers, governador de Wisconsin (EUA); e Igor Normando, prefeito de Belém. Ao final, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, leu a declaração “De Paris a Belém”, que reafirma o compromisso dos governos locais com a ambição climática e a cooperação internacional.
“Seguimos para Belém com a carta dos líderes locais, que expressa nosso compromisso e nossa esperança. Que a COP de Belém traduza a ambição em ações concretas, mobilize o financiamento e construa novas coalizões. Dez anos depois de Paris, o mundo volta seus olhos para Belém, cheio de esperança”, declarou Hidalgo.
Encerrando sua participação, Helder Barbalho reforçou o papel do Pará como protagonista na formulação de soluções amazônicas para o mundo.
“O Brasil tem a oportunidade de liderar pelo exemplo, equilibrando desenvolvimento e proteção ambiental. Desbloquear o financiamento climático será essencial para transformar compromissos em resultados reais”, concluiu.


