novembro 22, 2025
InícioParáMPPA ajuíza ação contra Prefeitura de Belém por abandono do Conselho Tutelar...

MPPA ajuíza ação contra Prefeitura de Belém por abandono do Conselho Tutelar de Mosqueiro

Além das medidas estruturais, o Ministério Público solicita a condenação do Município de Belém ao pagamento de indenização por dano moral coletivo

Publicado em

O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) ajuizou uma Ação Civil Pública com pedido de obrigação de fazer contra a Prefeitura de Belém e a Fundação Papa João XXIII (Funpapa). A iniciativa, assinada pelo promotor de Justiça Emério Mendes Costa, busca obrigar Poder Público a realizar reformas emergenciais e adequações estruturais no prédio do Conselho Tutelar de Mosqueiro, que se encontra em condições consideradas precárias.

De acordo com relatório técnico elaborado pelo Grupo de Apoio Técnico Interdisciplinar (GATI/MPPA), o imóvel apresenta graves deficiências nas instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias, além de infestação por pombos e morcegos, ausência de acessibilidade e deterioração de paredes, pisos, banheiros e mobiliário. A vistoria apontou, ainda, risco à integridade física e à saúde dos conselheiros tutelares e da população atendida.

A Promotoria de Justiça informou que, entre 2023 e 2025, foram realizadas diversas notificações e reuniões com representantes da Prefeitura de Belém e da Funpapa, sem que quaisquer medidas efetivas fossem adotadas. O órgão também solicitou a intervenção da Vigilância Sanitária municipal para vistoria do local, mas não obteve retorno.

Na ação, o MPPA requer, em caráter liminar, que o Município e a Funpapa contratem empresa especializada para o controle de pragas, executem reformas nas instalações físicas e providenciem mobiliário e equipamentos adequados. O pedido inclui ainda o fornecimento de apoio logístico e combustível para as atividades externas do Conselho Tutelar. Além das medidas estruturais, o Ministério Público solicita a condenação do Município de Belém ao pagamento de indenização por dano moral coletivo, com destinação dos recursos ao Fundo para a Infância e Adolescência (FIA).

Segundo o promotor Emério Mendes Costa, a omissão do Poder Público configura violação constitucional e afronta aos direitos fundamentais de crianças e adolescentes assegurados pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “O Conselho Tutelar é um órgão essencial à proteção da infância e não pode funcionar em condições que coloquem em risco a saúde e a dignidade de quem atende e de quem é atendido”, afirmou.

O MPPA destaca que a ação busca garantir o cumprimento do princípio da prioridade absoluta previsto no artigo 227 da Constituição Federal, que impõe ao Estado, à sociedade e à família o dever de assegurar, com absoluta prioridade, os direitos de crianças e adolescentes.

spot_img

Últimos Artigos

Governos aprovam acordo climático na COP30 com foco em financiamento, mas sem consenso sobre combustíveis fósseis

Os governos reunidos na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) aprovaram,...

Abertura da Copa Macuxi movimenta comunidades indígenas de Boa Vista

A 3ª Copa Macuxi de Futebol teve início neste sábado, 22, reunindo 37 equipes exclusivamente formadas...

Alexandre de Moraes nega prisão domiciliar humanitária a Bolsonaro e determina novas restrições

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou neste sábado (22)...

Michelle Bolsonaro reage à prisão do ex-presidente, fala em perseguição, cita a facada de 2018 e pede orações

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se manifestou nas redes sociais neste sábado (22), após a...

Mais como este

Governos aprovam acordo climático na COP30 com foco em financiamento, mas sem consenso sobre combustíveis fósseis

Os governos reunidos na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) aprovaram,...

Abertura da Copa Macuxi movimenta comunidades indígenas de Boa Vista

A 3ª Copa Macuxi de Futebol teve início neste sábado, 22, reunindo 37 equipes exclusivamente formadas...

Alexandre de Moraes nega prisão domiciliar humanitária a Bolsonaro e determina novas restrições

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou neste sábado (22)...