Após o influenciador digital Naldo Branco denunciar, no início desta semana, casos de cobranças ilegais e intimidação a motoristas por flanelinhas em Belém, a prefeitura realizou nesta quarta-feira, 3, mais uma etapa da operação “Belém em Ordem” para coibir a prática em vagas públicas.
O vídeo, gravado com câmera escondida, mostrou a abordagem de um homem que dizia ter “comprado” o espaço onde atuava e, por isso, exigia pagamento para liberar o estacionamento, situação que gerou repercussão nas redes sociais e pressão por uma resposta imediata.
A ação, batizada de “Vaga Segura”, resultou na apreensão de cerca de 200 objetos, como cones, pedras e pedaços de concreto usados para bloquear vagas e impedir o estacionamento. Segundo a Secretaria Municipal de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade (Segbel), os pontos de atuação foram definidos a partir de um mapeamento que combinou denúncias da população com rotas estratégicas, priorizando o centro da cidade e a Avenida Nazaré, especialmente nas proximidades do Museu Emílio Goeldi e do Tribunal de Contas.
O prefeito Igor Normando informou que um pacote de atualização da Lei Municipal nº 8.039/2001, que regulamenta a atividade de guardadores de carros, será encaminhado à Câmara Municipal até 15 de setembro.
A proposta inclui zoneamento, critérios para fiscalização e aplicação de multas para quem continuar cobrando valores abusivos. Ele destacou que a intenção não é criminalizar a atividade, mas impedir práticas coercitivas e organizar o setor, com participação do sindicato da categoria na elaboração das novas regras.
Sobre a possível implantação da Zona Azul, sistema de estacionamento rotativo pago já adotado em outras capitais, o prefeito afirmou que o assunto não é prioridade neste momento. Segundo ele, antes é preciso garantir a organização do espaço urbano e a preparação da cidade para grandes eventos, como a COP, além de assegurar que as ações de fiscalização sejam contínuas.
O titular da Segbel, Luciano de Oliveira, afirmou que, após a correção das irregularidades no centro, outras regiões da cidade também serão alvo de ações semelhantes.
“Queremos acabar com os abusos, não desempregar ninguém”, disse. A expectativa é que o projeto de lei e as operações conjuntas criem um modelo de fiscalização permanente, reduzindo conflitos e melhorando a convivência no espaço urbano.