A Câmara Municipal de Belém aprovou, na manhã desta quarta-feira (6), um requerimento que declara o ex-presidente norte-americano Donald Trump persona non grata para o município de Belém. A proposta foi apresentada pelo vereador Alfredo Costa (PT), líder da bancada do partido na Casa, e recebeu 12 votos favoráveis, nove contrários e duas abstenções.
A medida foi uma reação política à recente decisão do governo dos Estados Unidos, sob nova gestão de Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre parte das exportações brasileiras — o que, segundo o parlamentar, representa “um ataque direto à soberania nacional” e ameaça postos de trabalho, empresas e a economia brasileira, com impactos diretos em estados como o Pará.
No documento, Alfredo Costa argumenta que a taxação afeta diretamente produtos do agronegócio e da indústria brasileira, como carne, café, minério de ferro e aviões, inviabilizando a competitividade desses itens no mercado norte-americano. “Mesmo quem não exporta nada para os Estados Unidos e não compra produtos de lá será afetado, dada a dimensão do impacto dessas medidas sobre o Brasil”, escreveu o vereador.
A proposta também menciona o fechamento de postos de trabalho em empresas como a Sudati, no Paraná, e a BrasPine, que já anunciaram férias coletivas e desligamentos em resposta à crise causada pela tarifa. O texto classifica a postura de Trump como uma “interferência política inaceitável” e afirma que o presidente Lula está disposto a dialogar, mas não aceitará imposições.
A votação foi simbólica e demonstrou o racha político na Casa. Votaram a favor, além do autor Alfredo Costa, os vereadores das bancadas do PT, PSOL, PCdoB, e nomes do PSDB, PP, REDE e MDB. Entre os que votaram contra estão parlamentares do PSD, Republicanos, PL e outros partidos de centro-direita.
O documento será encaminhado à Presidência da República, ao Itamaraty, à Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, à Assembleia Legislativa do Pará e à Prefeitura de Belém, reforçando o posicionamento político da capital paraense.