A aprovação, na quarta-feira (6), de um requerimento da Câmara Municipal de Belém que declara o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como “persona non grata” na capital paraense gerou reações entre parlamentares do Partido Liberal (PL). A medida, de autoria do vereador Alfredo Costa (PT), foi aprovada com 12 votos favoráveis, 9 contrários e 2 abstenções. O requerimento é simbólico e não tem efeito legal.
Nenhum vereador do PL votou a favor da proposta. Integrantes da bancada classificaram o ato como inadequado diante das atuais prioridades do município. A vereadora Ágatha Barra, líder da legenda na Câmara, afirmou que seria mais produtivo concentrar os debates em questões locais. O deputado federal Éder Mauro (PL) também se pronunciou nas redes sociais, criticando o teor do requerimento.
Além das manifestações públicas, o deputado estadual Rogério Barra (PL) encaminhou um ofício à Embaixada dos Estados Unidos no Brasil solicitando o cancelamento dos vistos americanos dos vereadores que aprovaram a moção. No documento, o parlamentar descreve a iniciativa como um “ataque diplomático” direcionado a uma liderança internacional.
O requerimento foi justificado por seus autores como uma resposta política ao aumento de tarifas sobre produtos brasileiros anunciado durante o governo Trump. O episódio ocorre em meio a discussões sobre a COP30, que será sediada por Belém em 2025. Recentemente, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), chegou a mencionar a possibilidade de convidar o ex-presidente norte-americano para o evento, reforçando a intenção de atrair lideranças globais para o debate climático.