O primeiro dia da I Semana do Clima da Amazônia foi marcado por reflexões profundas sobre os caminhos possíveis para uma transição sustentável que leve em conta as particularidades da floresta, da produção e das pessoas que vivem nela.
Com painéis relevantes sobre Transição Sustentável e Justiça Climática, o evento reuniu especialistas de organizações da sociedade civil, setor privado e movimentos sociais que atuam diretamente nos territórios amazônicos.
O painel “Transição Sustentável para Amazônia: Diferentes Perspectivas“, foi mediado por Lívia Pagotto, da iniciativa Uma Concertação pela Amazônia, e contou com a participação de Laura Lamonica (Conservação Internacional Brasil), Carolina Domenico (Natura), Karla Braga (COJOVEM), Sarita Severien (Suzano) e Fernando Sampaio (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes – Abiec).
Margem Equatorial também entra na pauta
O terceiro painel do dia, “Exploração da Margem Equatorial: Impactos e Oportunidades”, trouxe uma visão técnica sobre os riscos e possibilidades da exploração de petróleo na região. O tema gerou debate entre especialistas e representantes da sociedade civil, reforçando a importância de avaliações criteriosas diante da urgência climática e da proteção dos ecossistemas amazônicos.
O painel foi mediado pelo Diretor do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e contou com a presença de Daniele Lomba (Petrobras); Roberto Kishinami (Instituto Clima e Sociedade); Alex Carvalho (FIEPA) e Sandra Regina (Confrem/PA).
Com destaque para o depoimento da Sandra Regina, representante da Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas (CONFREM). Segundo ela, as empresas e o governo devem ter a responsabilidade dobrada, principalmente para que não haja erros durante as atividades. “Sabemos que isso não é para amanhã, ou depois de amanhã, mas nós queremos ser ouvidos e incluídos neste processo. Precisamos de pessoas que prestem esclarecimentos para as comunidades, que falem para pescadores, por exemplo. É necessário que nossas comunidades possam entender, de fato, essa questão do petróleo e da extração de combustíveis”, destacou.
Cultura amazônica no centro da abertura
A abertura oficial do evento, realizada na Estação das Docas, contou com um show especial do cantor e compositor paraense Nilson Chaves, um dos grandes nomes da música amazônica. “Estou muito feliz e honrado pelo convite de participar da Semana do Clima da Amazônia. O público pode esperar um show especial com grandes clássicos e canções que falam dessa representatividade da nossa região. Esse evento reforça o protagonismo da Amazônia na discussão global”, declarou o artista.
A I Semana do Clima da Amazônia segue até 18 de julho, reunindo lideranças comunitárias, empresas, governos, organizações da sociedade civil e ativistas em uma agenda colaborativa de construção para a COP30, que será sediada em Belém este ano.