dezembro 5, 2025
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Relatório da PF revela que senador Omar Aziz foi espionado pela Abin Paralela

Ações tinham como objetivo produzir dossiês e alimentar redes sociais com desinformação contra adversários do governo Bolsonaro

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O relatório da Polícia Federal (PF) que apura o uso ilegal do sistema de inteligência First Mile pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) revelou que o senador Omar Aziz (PSD-AM) foi um dos parlamentares espionados pela chamada “Abin Paralela”. O monitoramento ocorreu enquanto ele presidia a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, entre abril e outubro de 2021, no Senado.

O documento, que teve o sigilo retirado por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), detalha que a espionagem mirou autoridades, jornalistas e adversários políticos do então governo Jair Bolsonaro (PL). Também foram monitorados os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Alessandro Vieira (MDB-SE), todos com atuação destacada na CPI da Covid.

De acordo com a PF, o objetivo das ações era encontrar informações que pudessem comprometer os parlamentares e sustentar a divulgação de conteúdo falso em redes sociais. No caso de Omar Aziz, a “Abin Paralela” identificou a contratação da empresa Caravelas Consultoria e Comunicação Ltda., do jornalista Otávio Cabral, por R\$ 30 mil. Cabral é casado com a jornalista Vera Magalhães, também listada entre os monitorados.

A informação sobre o contrato foi publicada pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e republicada pelo perfil @VeritasBureauBR, que, segundo o relatório, atuava em apoio ao grupo. “O resultado das ações clandestinas produzidas pelo núcleo da estrutura paralela que se apropriou da Abin era devidamente aproveitado por pessoas relacionadas ao núcleo político”, conclui a PF.

O grupo também cogitou investigar o então vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PT-AM), mas o relatório não aponta se a espionagem foi levada adiante.

Ainda segundo a PF, o grupo utilizou perfis falsos ou cooptados para disseminar desinformação com o intuito de atrapalhar os trabalhos da CPI da Covid. O senador Alessandro Vieira, por exemplo, foi atacado após defender a convocação do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, que acabou não sendo chamado pela comissão.

Outros monitorados além de Omar Aziz

O relatório cita que a rede de monitoramento também atuou contra ministros do Supremo Tribunal Federal, como Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso. No Legislativo, foram espionados os deputados Kim Kataguiri (União-SP), Rodrigo Maia (PSDB-RJ) e Arthur Lira (PP-AL).

Entre os jornalistas, foram monitorados Vera Magalhães, Mônica Bergamo, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista, além de integrantes das agências de verificação de fatos “Lupa” e “Aos Fatos”.

Na quinta-feira (11), a Polícia Federal cumpriu quatro mandados de prisão e sete de busca e apreensão nas cidades de Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Foram presos os servidores Mateus de Carvalho Sposito, Richards Dyer Pozzer, Marcelo Araújo Bormebet e Giancarlo Gomes Rodrigues. Rogério Beraldo de Almeida está foragido.

Segundo o relatório, a estrutura paralela produziu dossiês de forma ilegal, monitorou milhares de pessoas e utilizou dados de celulares para rastrear deslocamentos, atingindo integrantes dos Três Poderes e cidadãos comuns.

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