Investigado por crimes ambientais e eleitorais, o empresário Rodrigo Cataratas anunciou em entrevista à Folha de Boa Vista que pretende disputar uma das duas vagas no Senado Federal por Roraima nas eleições de 2026. Ele irá disputar o pleito contra o atual senador Mecias de Jesus (Republicanos), candidato à reeleição.
Outro possível candidato é o governador Antonio Denarium (PP), especula-se no cenário político local que ele deve deixar o cargo no próximo ano para disputar a vaga no legislativo, entregando a chefia do Executivo ao vice Edilson Damião (Republicanos).
Esta não seria a primeira tentativa de Cataratas de entrar na vida política. Ele já disputou cargos eletivos em outras ocasiões, mas não se elegeu, tendo sido candidato a deputado federal em 2022, a vereador de Boa Vista em 2012 e a deputado estadual em 2010.
Cataratas, filiado ao PRD e defensor do garimpo, afirmou que quer representar os trabalhadores que vivem à margem das decisões políticas: os pequenos produtores, garimpeiros, agricultores e todos aqueles que lutam para sobreviver sem apoio do poder público.
Segundo ele, sua atuação no setor de mineração e no meio rural o credencia para defender a regulamentação do garimpo como alternativa de sustento. O garimpeiro defende que quando realizada de forma sustentável e com fiscalização adequada, a mineração pode ser um motor de desenvolvimento econômico e social, especialmente em estados como Roraima.
Catarata já foi investigado pela PF
Em janeiro de 2024, a Polícia Federal concluiu um inquérito que resultou no indiciamento de Cataratas por participação em um ataque incendiário contra um helicóptero do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em Boa Vista, ocorrido em setembro de 2021. Ele é investigado por crimes ambientais, participação em organização criminosa e suposto financiamento de atos contra operações de fiscalização na Terra Indígena Yanomami.
Segundo a PF, o ataque teria sido planejado e financiado por integrantes de um grupo de troca de mensagens com mais de 100 participantes, no qual Cataratas teria atuado ativamente. Além disso, ele é investigado por envolvimento em um esquema milionário de comercialização de ouro extraído ilegalmente da Terra Yanomami, com movimentação estimada em R$ 425 milhões entre 2021 e 2022, conforme apuração do Ministério Público Federal.
Além de atuar no garimpo, Cataratas possui empresas de táxi aéreo e de perfuração de poços artesianos, que já firmaram contratos com o Exército para obras em territórios indígenas. Suas aeronaves são alvo frequente de apreensões em operações de combate ao garimpo ilegal.