Após a divulgação de um vídeo em que aparece portando arma de fogo dentro da Câmara dos Deputados, o deputado federal Delegado Caveira (PL) foi denunciado formalmente em uma representação apresentada no dia 3 de maio. As imagens mostram o parlamentar segurando uma pistola calibre .40 ao lado do vereador Zezinho Lima (PL-PA), que empunha um fuzil calibre 5.56mm, também nas dependências do Congresso Nacional.
Diante do caso, o deputado Rogério Correia (PT-MG) protocolou pedido ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), solicitando a apreensão das armas supostamente mantidas no gabinete do parlamentar paraense. Para Correia, o episódio representa uma violação das normas de segurança da Casa Legislativa e um desrespeito à instituição.
“É inadmissível o porte de armas de fogo, de uso restrito, nas dependências da Câmara. Isso viola as normas de segurança da Casa, configura afronta à Mesa e a todos os deputados”, afirmou o petista em publicação nas redes sociais.
O vídeo foi gravado nas instalações da Câmara dos Deputados, segundo o próprio Delegado Caveira, e faz parte de uma manifestação pública em defesa do armamento civil, discurso frequentemente associado a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A representação também foi encaminhada à Corregedoria Parlamentar, com pedido de instauração de processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. O parlamentar mineiro informou ainda ter comunicado os fatos à Procuradoria-Geral da República (PGR), apontando risco à segurança de servidores, parlamentares e visitantes.
Em resposta à denúncia, Delegado Caveira reagiu com críticas ao autor da representação. Em nota enviada à imprensa, classificou Rogério Correia como “deputado comunista” e afirmou que o colega estaria “perdendo tempo” ao questionar sua conduta. “Sou delegado de Polícia há mais de 14 anos, conheço perfeitamente a legislação sobre armas. Sou responsável por cada uma das minhas ações”, declarou.
O parlamentar também ironizou a iniciativa do petista, sugerindo que a prioridade deveria estar em temas como fraudes no INSS, a proposta de anistia a presos dos atos de 8 de janeiro e a criação de novas vagas na Câmara. “Por que ele não exige ações contra quem está roubando os aposentados?”, escreveu Caveira, referindo-se a críticas frequentes de seu grupo político ao governo federal.