O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), não passou despercebido pelo Senado neste sábado, 1º, durante a eleição que deu ao senador Davi Alcolumbre a presidência da Casa Legislativa. A presença de Lima contrasta com sua ausência na articulação durante os debates da Reforma Tributária.
A presença de Lima foi mencionada no Plenário pelo ex-presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a pedido do senador Jorge Seif (PL-SC), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. A menção também chamou atenção, uma vez que não foi pedida por nenhum parlamentar do Amazonas.
A desenvoltura com que Lima percorreu os corredores do Senado foi, de longe, mais engajada do que em momentos cruciais para o Amazonas, como a tramitação da Reforma Tributária em 2024.
As mudanças propostas na legislação representavam um risco significativo para a economia do estado, ao ameaçar os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM) e do comércio local. Estimativas apontavam que até 300 mil empregos poderiam ser perdidos caso a reforma avançasse sem modificações.
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) foi o responsável por articular alterações no texto da reforma, garantindo isenção fiscal para produtos vendidos no varejo físico de Manaus, protegendo a competitividade do setor frente ao comércio eletrônico.
Braga também assegurou benefícios fiscais para cosméticos e perfumes, além de retirar uma limitação ao crédito presumido, essencial para a competitividade das indústrias locais. Essas intervenções foram fundamentais para evitar a fuga de empresas e a consequente redução de postos de trabalho no Amazonas.
Apesar da importância da matéria para o estado, Wilson Lima se envolveu de forma tímida nas articulações, pedindo atenção aos parlamentares, mas não esteve em Brasília nos momentos decisivos. Sua ausência foi notável tanto durante a construção da proposta quanto no dia da votação. Não houve qualquer movimento do governador em defesa dos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus ou do comércio local.