Em meio à grave crise na Educação do Pará, com a greve dos professores da rede estadual anunciada e dias após protestos na sede da Secretaria de Educação (Seduc), o Governo do Pará silencia sobre a demissão do titular da pasta, Rossieli Soares. A demissão do secretário de Educação, nomeado pelo governador Helder Barbalho, do MDB, é um pleito unânime entre diversas lideranças.
Em assembleia realizada nesta quinta-feira, 16, os professores da rede estadual de ensino do Pará, representados pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp), decidiram iniciar uma greve a partir do dia 23 de janeiro. O início do ano letivo na rede estadual está previsto para o dia 27.
A greve foi definida em resposta à aprovação da Lei 10.820/2024, que altera o Estatuto do Magistério. A principal reivindicação da categoria é a revogação da nova legislação, que, segundo os professores, prejudica as condições de trabalho e a qualidade do ensino no estado.
A paralisação afetará aproximadamente 500 mil estudantes em todo o estado. O sindicato afirma que as mudanças previstas pela Lei 10.820/2024 não atendem às necessidades dos profissionais da educação e comprometem o funcionamento do sistema educacional.
Na terça-feira, 14, um grupo de indígenas e professores da rede estadual ocupou a sede da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) em demonstração de força e em manifesto para denunciar cortes e mudanças no Sistema Modular de Ensino (SOME).
Na ocasião, a presidente do Conselho Deliberativo da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Auricélia Arapiun, fez diversas críticas à gestão Barbalho na educação do Pará e exigiu a demissão do titular da Educação. “Nós queremos o diálogo, nós queremos a exoneração desse secretário (Rossieli Soares)”, afirmou.
Diante da grande pressão popular pela demissão de Rossieli Soares, a reportagem entrou em contato com o Governo do Pará para questionar se Helder Barbalho avalia a demissão do secretário e se considera sua atuação satisfatória diante da atual crise. Não houve qualquer manifestação do Governo sobre os questionamentos.
Foto: Montagem