Na manhã desta quinta-feira, 14, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), efetuou a prisão preventiva de Yasaman Larissa Lujan Kós Miranda, esposa do ex-cartorário Diego Kós Miranda, que atualmente está foragido.
A prisão ocorreu em um hotel na região metropolitana de Belém, onde Yasaman se hospedava sob o nome de terceiros. Ela foi encontrada pela equipe do Gaeco na noite de quarta-feira, 13, e detida às 6h do dia seguinte no apartamento onde estava.
Diego Kós Miranda, marido de Yasaman, é um dos principais suspeitos de envolvimento em um esquema de fraudes milionárias. De acordo com a denúncia do Red Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Real LP, a fraude envolveu o uso de documentos falsificados para garantir empréstimos com imóveis inexistentes. Estima-se que o esquema tenha causado um prejuízo de cerca de R$ 10 milhões.
Durante a operação, o advogado de Yasaman esteve presente no cumprimento do mandado, acompanhando todos os procedimentos realizados pelas autoridades até sua apresentação na sede do Gaeco. A médica foi conduzida às instalações do MPPA, onde deverá responder pelo seu envolvimento no caso, que também inclui investigações sobre lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e associação criminosa.
Portal de notícias afirmou que MP não tinha mandado de prisão
O portal “O Antagonista” publicou uma matéria informando que o veículo teria recebido um e-mail afirmando que o mandado de prisão de Yasaman não foi apresentado oficialmente. No entanto, em nota, o Ministério Público desconsiderou essa contestação, explicando que a prisão ocorreu somente após a expedição regular do documento pela 1ª Vara de Inquéritos Policiais e Medidas Cautelares de Belém.
Fraudes geraram prejuízos superior a R$ 30 milhões
O Ministério Público do Estado do Pará, juntamente com o Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI), destacou que a operação de prisão de Yasaman está inserida em uma investigação mais ampla sobre um esquema de fraudes financeiras. Segundo as autoridades, as práticas fraudulentas incluem estelionato, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro, com prejuízos superiores a R$ 30 milhões para diversas instituições financeiras no Brasil.
A ação do Gaeco faz parte de uma série de medidas para responsabilizar os envolvidos no esquema, que ainda possui outros investigados e desdobramentos aguardados nas próximas fases da operação.
Assédio jurídico
O Portal O Fato já sofreu assédio jurídico do advogado de Diego Kos Miranda, esposo de Yasaman, após publicar, em 4 de junho, uma matéria sobre ele e outros investigados por fraudes bancárias. O advogado, André Ramos, pediu a remoção da publicação, alegando danos à imagem dos envolvidos.
A equipe jurídica do portal manteve a matéria no ar, amparada por normas do STF que garantem a liberdade de imprensa. Desde então, o portal recebeu o mesmo pedido repetidamente, por diversos meios, incluindo WhatsApp e e-mails de remetentes variados.