O deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil), candidato à prefeitura de Manaus, denunciou publicamente uma série de ataques capacitistas direcionados a ele durante a campanha eleitoral. Em um pronunciamento veiculado no horário eleitoral, Cidade relatou três incidentes envolvendo adversários políticos que zombaram de sua condição física, especificamente sua língua presa, cientificamente conhecida como anquiloglossia.
“Desde que começamos a crescer nas pesquisas, ultrapassando todos os adversários e nos aproximando cada vez mais da liderança, surgiram todos os tipos de ataques. Eles usam mentiras, espalham fake news, contratam até robôs para fazer ataques na internet contra mim e contra a minha família”, desabafou Cidade.
Amom Mandel
O primeiro incidente ocorreu durante um debate eleitoral, quando o deputado federal Amom Mandel (Cidadania), que se apresenta como defensor da causa autista, corrigiu a pronúncia de Cidade da palavra “problema” em tom de deboche.
Alberto Neto
O segundo caso envolve o deputado federal Alberto Neto (PL), também candidato a prefeito de Manaus, publicou um vídeo nas redes sociais no qual uma pessoa usando máscara com o rosto de Cidade debochava de sua maneira de falar.
David Almeida
O terceiro caso envolveu o atual prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), que imitou a fala de Cidade durante uma entrevista televisiva ao vivo.
Roberto Cidade, que convive com a anquiloglossia desde a infância, expressou seu desconforto com a situação, mas enfatizou que não busca piedade. “Ao fazer esse desabafo, não quero nem espero que alguém tenha pena de mim. Sou adulto, pai de três filhos, deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas”, declarou o candidato.
O político destacou a gravidade desses ataques. “O capacitismo, como é chamado o preconceito contra as pessoas com alguma deficiência, julgando que elas são incapazes ou inferiores, não é apenas desumano. É também um crime que precisa ser denunciado”, ressaltou Cidade.
Ele expressou particular preocupação com o fato de esses ataques partirem de figuras públicas. “Zombar de uma pessoa por uma deficiência física é um comportamento inaceitável para qualquer ser humano. Quando isso parte de homens públicos, que deveriam ser exemplo para a sociedade, a situação fica mais grave ainda”, pontuou.