Um vídeo que circula nas redes sociais desde a última sexta-feira (12) gerou grande repercussão e revolta na comunidade paraense. Nas imagens, um líder religioso, durante culto em Tucuruí, no sudeste do Pará, associa o autismo à influência demoníaca.
Sem apresentar embasamentos, pastor tece comentários que associam autismo a influências demoníacas. “O diabo está visitando o ventre das desprotegidas”, disse o pastor ao declarar sem apresentar fatos que cerca de 30% de todos os bebês que nascem são autistas.
Diante das declarações preconceituosas e desinformativas, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará (OAB-PA), por meio da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Autismo e da Comissão de Proteção aos Direitos das Pessoas com Deficiência, se manifestou publicamente por meio de uma nota de repúdio.
Na nota, a OAB-PA destaca que tais declarações demonstram profunda ignorância, desinformação e preconceito sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). “O autismo é uma condição neurológica reconhecida pela comunidade médica e científica, e deve ser tratada com respeito, empatia e compreensão. Atribuir características demoníacas a uma condição de saúde é não só desrespeitoso, mas também irresponsável e perigoso, pois perpetua a desinformação e o estigma social”, diz trecho da nota.
A Ordem destacou ainda que repudia qualquer discurso que propague o ódio, a ignorância e a discriminação contra pessoas autistas. “É fundamental que líderes religiosos e figuras públicas utilizem suas plataformas para promover a inclusão, o respeito e o conhecimento sobre o autismo”, enfatizou a OAB-PA.
A entidade acompanha as medidas tomadas pelas instituições jurídicas de defesa dos direitos das pessoas com deficiência e se colocou à disposição para o diálogo e a construção de uma sociedade pautada na inclusão e nos direitos humanos.