Vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) repudiaram as declarações do prefeito David Almeida (Avante) para a população tomar “cuidado” em quem vão eleger como vereadores nas eleições de 2024.
A fala aconteceu durante discurso dias após o parlamento negar o pedido de empréstimo de R$ 580 milhões da Prefeitura de Manaus.
“Ouçam aqui o que eu vou falar. Cuidado quando votar, principalmente para vereador. Cuidado com esses caras que só apontam o dedo no problema e, quando são convocados para resolver, para solucionar, se negam”, disse Almeida em vídeo reproduzido na sessão desta terça-feira, 7.
O presidente da CMM, vereador Caio André (União Brasil), manifestou preocupação com a postura do prefeito, afirmando que suas declarações afrontam a separação e a harmonia entre os poderes.
Além disso, Caio destacou que a CMM tem sido receptiva a todas as solicitações da Prefeitura, autorizando empréstimos que totalizam quase R$ 2 bilhões durante esta legislatura.
Reações
Vereadores como Rodrigo Guedes criticaram a postura de David Almeida, rebatendo suas declarações e ressaltando que, independentemente dos votos individuais, os empréstimos foram aprovados e os recursos já estão disponíveis.
Nas redes sociais, Guedes publicou vídeo onde apontou falhas na gestão municipal, alegando que a falta de honestidade e competência são os verdadeiros problemas. Segundo o vereador, a prefeitura de Manaus na gestão de David já teve mais de R$ 20 bilhões.
“Não é falta de dinheiro. Até porque os empréstimos que foram aprovados, independente do meu voto, mas foram aprovados, ele elencou uma série de obras que ele não executou. Enganou a população de Manaus, enganou a Câmara Municipal. Prefeito David Almeida crie vergonha na cara, seja uma pessoa digna. Você não merece esse cargo que você tem hoje como prefeito”, disparou Guedes.
A relação entre o Executivo e o Legislativo tem sido marcada por impasses relacionados aos empréstimos solicitados pela Prefeitura de Manaus.
Apesar das autorizações prévias, falhas administrativas impediram a continuidade dos processos, levando a novas solicitações e desgastes políticos entre os poderes.
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