novembro 22, 2024
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Polícia Civil de Roraima coordena operação para resgatar cinco corpos em área indígena Yanomami

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Desde sábado, 17, a Polícia Civil de Roraima (PCRR) vem coordenando uma operação para resgatar cinco corpos de garimpeiros em uma área na Terra Indígena Yanomami. Houve uma reunião de alinhamento com as equipes de segurança no sábado, e no domingo, 18, teve início a remoção das equipes de Boa Vista para a região do Surucucu.

Nesta segunda-feira, dia 19, mais uma equipe foi deslocada até a região, em uma operação de segurança considerada complexa, de risco e que deve perdurar durante toda a semana.

Participam da operação equipes da PCRR, do CBMRR (Corpo de Bombeiros Militar de Roraima), do Exército, por meio do CMA (Comando Militar da Amazônia), da Marinha e da Força Aérea Brasileira.

A delegada-geral da PCRR, Darlinda de Moura Viana, solicitou apoio do Exército, por meio do CMA, para garantir a logística de forma que as forças de Segurança do Estado pudessem ir até a região.

De acordo com informações prestadas pelo delegado titular da Delegacia de Alto Alegre e que preside a operação, Wesley Costa de Oliveira, a Polícia Civil está coordenando a operação para resgatar os corpos, em dois eventos de homicídios que ocorreram no município de Alto Alegre.

“Um evento ocorreu no dia 28 de janeiro com dois corpos e o outro evento aconteceu no dia 8 de fevereiro, este último com três corpos. Então nessas duas áreas, são locais de crime em que ocorreram homicídios, que mesmo sendo em terra indígena, a Polícia Civil está cumprindo sua atribuição de investigar, e neste caso, por meio da Delegacia de Alto Alegre”, explicou.

Segundo o delegado, a área dos dois conflitos é de difícil acesso, e por isso a necessidade de deslocamento aéreo para a região.

“Em relação às duas ocorrências de homicídios, as equipes estão nesse exato momento no local de operação, fazendo as diligências necessárias para resgatar esses corpos e, também, realizam diligências investigativas, colhendo depoimentos, colhendo informações, realizando perícias que podem esclarecer quem foram os autores desses homicídios”, disse.

Segundo o delegado Wesley, os crimes ocorreram na Reserva Indígena Yanomami. Segundo ele, foram instaurados inquéritos policiais para esclarecer esses dois eventos criminosos.

“Após a recuperação desses corpos nós vamos fazer a identificação. A identificação oficial das vítimas vai depender de como estão conservados os corpos. Se houver uma boa conservação dos corpos, será um serviço rápido. Se houver uma deterioração dos corpos, aí vamos ter de recorrer a técnicas mais avançadas de identificação, como DNA e outras”, disse.

Segundo o delegado, ano passado a Polícia Civil coordenou uma operação similar, com o resgate de dois corpos.

“Naquela ocasião esses corpos foram enterrados em covas rasas, mas em razão do material onde eles foram enterrados, estavam extremamente conservados. E, diante dessa conservação, mesmo após 30 dias da ocorrência dos crimes, foi possível identificar facilmente os corpos e, em seguida, foram liberados para a família”, lembrou.

Com relação aos cinco corpos que estão em processo de resgate, o delegado disse que somente com a conclusão dos trabalhos será possível informar.

“A gente não sabe, nesse caso como estão esses cinco corpos, pois não sabemos o grau de conservação deles. Somente quando forem encaminhados ao Instituto de Medicina Legal, poderemos ter um quadro de como será feita a identificação oficial deles”, explicou.

Região do conflito 

Segundo o delegado, a região em que ocorreu os crimes está em conflito deflagrado.

“Essa região é uma área em que temos extrema dificuldade de atuar. Na região nós já identificamos a ocorrência de organizações criminosas, garimpeiros com grupos de segurança armados, indígenas que lá residem e que também estão armados. Isso resulta, vez por outra, em conflitos entre esses diversos atores, gerando muitas vezes esses eventos de mortes, de massacres, com duas, três ou mais vítimas”, disse o delegado.

Vítimas 

Duas ocorrências relatando as mortes das cinco vítimas em conflitos na Terra Yanomami, foram registradas.

O primeiro caso foi registrado no dia 4 de fevereiro por familiares de José Winicios Feitosa de Oliveira, de 21 anos, e Adriano Domingues da Silva. Foi relatado que os dois estavam próximos à Pista da Pupunha, em Terra Yanomami, e desde o dia 28 de janeiro não davam notícias. Posteriormente os familiares receberam a informação de que ambos teriam sido assassinados, mas não sabiam detalhes do que poderia ter ocorrido.

O segundo caso foi registrado por familiares de Josafá Vaniz da Silva, de 52 anos, Luiz Ferreira da Silva, de 50 anos, e Elizangela Pessoa da Silva, de 43 anos. Segundo relato, os garimpeiros teriam sido mortos em um suposto ataque de indígenas, ocorrido por volta das 15h de 8 de fevereiro, em uma área de garimpo entre a localidade de Parima e Dicão.

Foto: Divulgação 

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