O único posto de combustível de Pacaraima, município roraimense na fronteira com a Venezuela, foi recentemente embargado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A unidade foi inaugurada em 2019 e, desde então, vem operando com licenças provisórias, com validade de pelo menos 90 dias. O empreendimento teria sido fechado justamente devido ao prazo de permanência, descumprindo o caráter provisório da estrutura.
Diante dessa situação, os moradores de Pacaraima estão enfrentando dificuldades, uma vez que o posto está impedido de vender combustível, obrigando as pessoas a se deslocarem até Boa Vista, a 220 km de distância, para abastecerem seus veículos.
“O posto está impedido de vender sequer um litro para qualquer pessoa que seja. Então, quem tiver a sua reserva, quem tiver um pouquinho no seu tanque, que guarde para abastecer em Boa Vista, a 220 km de Pacaraima. As instituições como hospital, Samu e outras que precisarem abastecer ambulâncias, terão que solicitar uma autorização da ANP”, desabafou um morador.
Até então, o posto era a única fonte de abastecimento na região. A solução para o problema seria o início do funcionamento de posto permanete, que aguarda apenas a liberação do Ibama para que comece a funcionar, localizado perto de uma distribuidora de bebidas, nas proximidades das margens da BR-174. O proprietário teria enviado toda a documentação exigida ao Ibama para a liberação da licença. No entanto, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) teria solicitado o embargo do documento.
A reportagem tentou contato com a Funai, Ibama e ANP e aguarda retorno.
O posto
Com duas bomba fixada debaixo de uma estrutura metálica, o combustível vendido no posto provisório fica armazenado em um caminhão-tanque. A unidade foi inaugurada em março de 2019, após o fechamento da fronteira com a Venezuela, por decisão de Nicolás Maduro, presidente do país vizinho. Antes, os brasileiros atravessavam a fronteira e abasteciam em um posto localizado a cerca de 200 metros da linha de fronteira.
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