novembro 12, 2025
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TCU investiga suspeita de nepotismo no gabinete de deputado federal de Rondônia

Quatro familiares teriam sido nomeados no gabinete do Coronel Chrisóstomo (PL-RO) e pagamentos somam mais de R$ 2,1 milhões

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O Tribunal de Contas da União abriu procedimento para apurar suspeita de nepotismo no gabinete do deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), após representação do Ministério Público junto ao TCU (MP-TCU). Segundo a peça, foram nomeados a companheira do parlamentar, a cunhada e dois concunhados, com mais de R$ 2,1 milhões pagos em remunerações.

O MP-TCU afirma que as evidências são de “extrema gravidade” e configurariam afronta a princípios da Administração Pública como moralidade, impessoalidade e eficiência. O órgão pede que o TCU “apure com rigor” as nomeações e os registros de pagamentos, além de avaliar a conformidade com a Súmula Vinculante nº 13 do STF, o enunciado do TCU sobre união estável e a Resolução nº 1/2007 da Câmara dos Deputados.

A companheira do parlamentar, Elizabeth Dias de Oliveira, teria recebido cerca de R$ 1,2 milhão desde 2020, alcançando o topo da faixa salarial de secretária parlamentar. Também foram listadas a cunhada Naara Star de Oliveira Souza Dias e a concunhada Gabriela Aparecida de Lima Oliveira, além de Luy Ferreira Sobral, namorado de Naara, este igualmente no teto da função.

Após questionamentos da reportagem, o deputado informou que exonerou os quatro nomeados. O MP-TCU, porém, ressalta que as exonerações não afastam eventual responsabilização “pelo uso indevido de recursos públicos” e requer a comprovação da efetiva prestação dos serviços, sob pena de condenação solidária e devolução integral dos valores.

Entre as medidas sugeridas, o MP-TCU pede:

  • Verificação formal das nomeações e pagamentos;
  • Avaliação de sanções administrativas, civis e penais caso confirmadas as irregularidades; l
  • Instauração de tomada de contas especial para ressarcimento ao erário;
  • Envio do caso ao Ministério Público Federal.

O órgão também ecomenda que a Câmara reforce mecanismos internos contra nepotismo. A representação menciona ainda que o uso de recursos públicos em benefício de familiares pode caracterizar improbidade e crime de responsabilidade, com possível repercussão no decoro parlamentar, nos termos do artigo 55, inciso II, da Constituição, a depender da apuração.

O TCU informou à coluna que instaurou o processo em 11 de novembro de 2025, data de publicação da matéria. O caso seguirá para análise técnica e deliberação colegiada.

Veja também:

Após flagra, deputado bolsonarista de Rondônia exonera esposa e sobrinho do próprio gabinete na Câmara

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