A cidade de Belém contará com 53 mil leitos disponíveis durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), marcada para novembro, segundo informou o ministro do Turismo, Celso Sabino, nesta terça-feira (19), durante entrevista a emissoras de rádio no programa Bom Dia, Ministro.
“Teremos leitos para todos e teremos preços justos para todos que virão para essa COP”, afirmou.
Sabino explicou que, durante a COP realizada no Azerbaijão, no ano passado, o pico de hospedagens atingiu 24 mil pessoas em Baku. Para Belém, no entanto, a previsão ultrapassa o dobro dessa demanda. “Na COP do Azerbaijão, no ano passado, no dia de maior presença, tivemos 24 mil pessoas hospedadas na cidade de Baku. Para a cidade de Belém, o governo brasileiro, com a parceria com a iniciativa privada e com todas as ações feitas, já temos mais de 53 mil leitos garantidos para o período da COP”, completou.
Do total, mais de 2,4 mil quartos individuais serão reservados exclusivamente para a Organização das Nações Unidas (ONU) acolher representantes das 196 partes e países-membros, com diárias a partir de US$ 100. As delegações foram divididas em dois grupos, conforme o produto interno bruto (PIB) per capita.
“Esse primeiro grupo [de menor PIB per capita] terá diárias entre US$ 100 e US$ 200. E o segundo grupo, de países de maior PIB per capita, diárias entre US$ 200 e US$ 600. Além disso, fizemos um acordo com a rede hoteleira de Belém, que está nos garantindo entre 10% e 20% dos seus quartos por uma diária de US$ 300”, detalhou.
O ministro também comentou denúncias de cobranças abusivas por parte de fornecedores de hospedagem. “Com toda essa oferta de leitos que está surgindo na cidade, temos a certeza de que alguns abusos que surgiram – e nós reconhecemos que existem alguns abusos na cobrança de preços de hospedagem, isso não é regra geral, a regra geral é essa que eu mencionei – serão compelidos, serão combatidos”, declarou.
Segundo Sabino, a expectativa é que a própria concorrência freie os excessos. “E quem vai tomar conta desses abusos é o próprio mercado. Quando falo o próprio mercado, quero dizer que, com a grande oferta de leitos, os que estão cobrando muito caro pelos seus leitos terão duas alternativas: reduzir os preços ou ficar com seus imóveis sem locar”, acrescentou.
Indagado sobre acomodações voltadas a movimentos e organizações sociais com baixo orçamento, o ministro confirmou que há solicitações por diárias na faixa de US$ 50. “O governo brasileiro tenta conciliar”, disse, ao citar reunião na semana passada com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; com o secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia da Silva; e com o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago.
“Fechamos ali um grupo de assessores internacionais que já começou a trabalhar, identificando pontualmente quais são essas delegações, quais são esses entes que querem participar da COP e ainda não conseguiram encontrar suas habitações ou estão tendo alguma dificuldade com a nossa plataforma para que, pessoalmente, nós façamos um link entre elas e as habitações que temos disponíveis, para facilitar o encontro entre eles e a garantia da hospedagem.”
Por fim, Sabino reforçou o compromisso do governo em tornar a conferência histórica em diversos aspectos. “Para que essa COP seja não só a maior COP que já aconteceu e a COP mais decisiva que já aconteceu, mas também a COP mais inclusiva que já aconteceu”, concluiu.