Cristina Araújo Lisboa foi presa no último dia 15 de julho em um condomínio de alto padrão no bairro Batista Campos, em Belém, acusada de aplicar um golpe milionário em uma colega de trabalho. Segundo a Polícia Civil do Pará, Cristina criou um perfil falso em aplicativo de relacionamentos, se passando por um juiz federal fictício, e convenceu a vítima a manter um relacionamento virtual por cinco anos, durante os quais conseguiu extorquir cerca de R$ 1 milhão.
A investigação aponta que Cristina iniciou a fraude ainda quando era estagiária na Justiça Federal. Usando identidade falsa, ela criou o personagem de um suposto juiz que afirmava estar com câncer na garganta e precisava de ajuda financeira para custear o tratamento. Ao mesmo tempo, ela se mantinha próxima da vítima como amiga e confidente, reforçando a farsa. O golpe foi sustentado ao longo dos anos com trocas de mensagens constantes, promessas de encontros e até fotos manipuladas.
Para manter a mentira, a suspeita exigia depósitos mensais de R$ 5 mil, além de quantias extras em euro, sob o pretexto de gastos com medicamentos importados e internações hospitalares. A vítima acreditava estar ajudando o companheiro em tratamento. A farsa só foi desmascarada em novembro de 2023, quando o ex-genro de Cristina encontrou mensagens suspeitas no celular dela e alertou as autoridades.
Durante o cumprimento do mandado de prisão, os policiais encontraram celulares e computadores usados para aplicar os golpes. Além desse caso, Cristina é investigada por uma segunda fraude, em que teria se passado por um estrangeiro para enganar outra pessoa e obter cerca de R$ 70 mil.
O caso está sendo tratado como estelionato eletrônico e violência psicológica. A Polícia Civil segue apurando se há outras vítimas do esquema.