O prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), foi confrontado por estudantes durante visita à Fundação Escola Bosque (Funbosque), localizada no distrito de Outeiro, na manhã desta terça-feira (15). O gestor esteve na unidade para assinar a Ordem de Serviço que autoriza o início da maior reforma estrutural da escola desde a sua inauguração, em 1996. A ocasião, no entanto, não transcorreu como o planejado pela gestão: estudantes questionaram o prefeito sobre a transparência das decisões da prefeitura e criticaram a extinção da fundação por meio da reforma administrativa aprovada pela Câmara Municipal de Belém no início do ano.
O episódio foi registrado em vídeo por pessoas presentes e rapidamente viralizou nas redes sociais. Em um dos trechos mais compartilhados, uma aluna toma a palavra e diz, com firmeza, que os estudantes se sentem traídos pela falta de diálogo com a comunidade escolar. Ela critica a forma como a extinção da Funbosque foi conduzida e levanta preocupações sobre o futuro dos projetos pedagógicos voltados para as ilhas e para a educação ambiental — principal marca da instituição.
Nas redes sociais, Igor Normando rebateu as críticas afirmando que “a Escola Bosque não vai fechar” e anunciou a requalificação como a maior já feita na unidade. “Pra quem disse que a Escola Bosque ia fechar, se prepara e vem conhecer a maior reforma da história da escola!”, publicou. Segundo o prefeito, mais de 1.300 alunos serão beneficiados com melhorias de acessibilidade, segurança e conforto.
Criada em 1995 e inaugurada em 1996, a Fundação Escola Bosque é referência nacional em educação ambiental e atendimento a populações ribeirinhas e insulares. A instituição mantém oito unidades distribuídas por cinco ilhas de Belém e atende cerca de 2.300 estudantes em diversos níveis, do ensino infantil ao médio técnico, além de oferecer cursos profissionalizantes. A extinção da Funbosque — proposta por Igor Normando e aprovada pela Câmara em fevereiro — transferiu sua estrutura e atribuições para a Secretaria Municipal de Educação, rebatizada como Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia.
A decisão motivou reações da comunidade escolar, de ambientalistas e de movimentos sociais, que acusam a gestão de desmontar uma política pública exemplar às vésperas da realização da COP30 em Belém. Em resposta, a 1ª Promotoria Cível de Icoaraci ajuizou uma Ação Civil Pública contra o município, pedindo a suspensão dos efeitos da reforma administrativa e a reativação da fundação, sob pena de multa diária.
A visita do prefeito, que tinha o objetivo de gerar conteúdo positivo para as redes da Prefeitura, acabou ganhando outro tom ao se tornar palco de protesto estudantil.
Assista ao vídeo completo abaixo e veja como foi o confronto entre estudantes e o prefeito Igor Normando.