A Prefeitura de Belém divulgou, nesta segunda-feira (24), um balanço das dívidas acumuladas pela Secretaria de Zeladoria e Conservação Urbana (Sezel). De acordo com a nova gestão, a administração do ex-prefeito Edmilson Rodrigues deixou um passivo de R$ 284 milhões em débitos com fornecedores. Desde a posse do prefeito Igor Normando, em 1º de janeiro, a equipe municipal tem realizado uma análise detalhada da situação financeira de cada pasta.

“Nós apuramos uma dívida de R$ 284 milhões deixadas entre o período de 2021 a 2024. O objetivo é dar prioridade àqueles serviços que são essenciais, no caso limpeza urbana e resíduos sólidos. Hoje, nós estamos tratando judicialmente sobre a negociação de uma dívida com a empresa Ciclus de R$ 96 milhões. E dentro de alguns dias haverá uma reunião judicial”, afirmou a secretária da Sezel, Thayta Martins.

Do total da dívida, 79% corresponde a contratos relacionados à limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Outros 18% estão vinculados a drenagem, pavimentação e operação tapa-buracos, enquanto os 3% restantes dizem respeito à manutenção dos sistemas de macro e microdrenagem.

Pagamento parcial da dívida e continuidade dos serviços

Apesar do passivo herdado, a nova gestão municipal já conseguiu quitar aproximadamente R$ 32 milhões da dívida com a Ciclus Amazônia, concessionária responsável pela limpeza urbana. “A Secretaria tem um prazo de 10 dias para apresentar uma proposta, um cronograma para esse pagamento da dívida de R$ 96 milhões. A partir do primeiro dia da gestão, nós fomos informados sobre essa dívida com a empresa Ciclus e conseguimos realizar já um pagamento de R$ 32 milhões referentes ao serviço prestado pela empresa em novembro de 2024”, detalhou Martins.

Apesar do cenário desafiador, a titular da Sezel garantiu a continuidade dos serviços essenciais. “É um serviço essencial, então, mesmo diante dessa dívida, garantimos a continuidade das atividades”, assegurou.

Aterro de Marituba e novas soluções para resíduos sólidos

Em relação ao Aterro Sanitário de Marituba, a secretária informou que estão em andamento tratativas para a prorrogação do uso do espaço. Segundo ela, a estrutura tem capacidade para atender à demanda de resíduos até o terceiro trimestre de 2025. No entanto, uma decisão definitiva depende da Justiça, uma vez que a questão é arbitrada judicialmente há anos.

Paralelamente, a Sezel realiza reuniões semanais com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente para viabilizar um novo espaço destinado ao recebimento de resíduos sólidos da capital.

Operação Tapa-Buracos e novos desafios

Outra dificuldade apontada pela Sezel diz respeito à Operação Tapa-Buracos, também impactada por dívidas pendentes. “Nós estamos enfrentando outra dificuldade também em relação ao tapa-buraco. Existia também uma dívida com este contrato e hoje estamos também em processo de negociação para conseguir aumentar as equipes e realizar a quitação dessa dívida”, explicou Martins.

Atualmente, quatro equipes atuam na cidade, mas a expectativa é de ampliação. “Hoje nós temos quatro equipes trabalhando na cidade, mas também essas quatro equipes já estão destinadas dentro dessa negociação. Mas nós já estamos também nos planejando para que a gente consiga trabalhar com mais equipes nas próximas semanas. Se tudo der certo, a gente vai conseguir anunciar um bom trabalho que pretendemos executar na cidade”, acrescentou.

Pedido de compreensão e compromisso com soluções

Por fim, a secretária pediu compreensão à população diante dos desafios financeiros enfrentados pela gestão. “Eu preciso pedir um pouco de paciência nesse início, até que consigamos organizar essas propostas de pagamento, de quitação, e deixar a empresa tranquila para nos atender. Mas saibam que a intenção da gestão é otimizar os trabalhos e reparar esse período em que estamos buscando reorganização”, finalizou.