Pelo terceiro dia seguido, a facção criminosa Comando Vermelho vem desafiando as forças de segurança de Rondônia. Entre os dias 13 e 15 de janeiro, 26 ônibus foram incendiados. Mesmo com a chegada de agentes da Força Nacional para reforçar a segurança, o Comando Vermelho não parou com os ataques, intensificando as ações criminosas e mantendo a cidade em um estado de alerta contínuo.
Apesar de todo esse cenário, o governador Marcos Rocha (União Brasil) não se manifestou em suas redes sociais, nem convocou uma coletiva de imprensa para falar sobre os ataques. Também não foi criado um gabinete de crise para tratar da situação da segurança pública no estado. Até o momento houve apenas um pedido de reforço na segurança junto ao Governo Federal.
Origem dos ataques
A onda de violência teve início após uma operação da Polícia Militar (PM) no residencial Orgulho do Madeira, na zona Leste de Porto Velho, na segunda-feira, 13. A ação foi desencadeada pela morte do cabo da PM, Fábio Martins, no domingo, 12. O policial foi assassinado com seis tiros dentro do residencial, e a polícia acredita que o crime tenha sido uma retaliação de facções criminosas a operações anteriores no local.
Durante a operação, um dos líderes do Comando Vermelho foi morto em confronto, além de prisões e apreensões realizadas. A partir deste momento, começaram os ataques coordenados. Na segunda-feira, três ônibus foram incendiados em Porto Velho e outro em Candeias do Jamari.
Cronologia dos ataques
- Segunda-feira, 13: No mesmo dia da operação, os primeiros ataques foram registrados. Três ônibus do transporte coletivo foram incendiados em Porto Velho, e outro veículo foi queimado em Candeias do Jamari, cidade vizinha.
- Terça-feira, 14: A situação se agravou com novos incêndios. Diante da insegurança, a Secretaria Municipal de Trânsito, Mobilidade e Transportes (Semtran) autorizou a circulação de apenas 50% da frota de ônibus em Porto Velho. Entretanto, a medida foi insuficiente para conter os ataques.
Um ônibus da linha Norte-Sul foi alvo de uma tentativa de incêndio, levando o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Rondônia (Sitetuperon) a solicitar o recolhimento total da frota.
O presidente do sindicato, Francinei Oliveira, justificou a paralisação como necessária para proteger a integridade física dos trabalhadores. Ainda na terça-feira, seis ônibus particulares da empresa Amatur, localizada no bairro Aeroclube, também foram incendiados.
- Quarta-feira, 15: Os ataques continuaram, com veículos sendo incendiados em bairros e distritos da capital. No total, 26 ônibus foram queimados entre os dias 13 e 15 de janeiro, incluindo veículos escolares e particulares.
Reforço na segurança
Diante da crescente onda de violência, a Prefeitura de Porto Velho enviou um ofício ao Governo do Estado, na terça-feira, 14, solicitando reforço nas operações de segurança pública nas principais vias da cidade. No mesmo dia, o governador de Rondônia solicitou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública o envio de agentes da Força Nacional para ajudar no controle da situação.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o envio de agentes da Força Nacional por 90 dias, com a missão de auxiliar nas operações de segurança pública e garantir a ordem e a proteção da população e do patrimônio.
A Força Nacional chegou à capital na terça-feira, com cerca de 60 agentes, e deverá se concentrar nas áreas mais afetadas pelos ataques, além de expandir sua atuação para outros municípios que também registraram incêndios a veículos.