A Polícia Federal (PF) indiciou os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (AM), líder do MDB no Senado, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo as investigações, eles, junto com o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), também indiciado, teriam recebido propina para beneficiar o antigo grupo Hypermarcas, atualmente Hypera Pharma, no Congresso Nacional. As informações são do UOL.
A investigação contra os senadores do MDB já tramita há seis anos e, apenas no mês passado, a Polícia Federal (PF) encaminhou o relatório final ao Supremo Tribunal Federal (STF) sob sigilo.
No STF, o ministro Edson Fachin, relator do caso, remeteu o documento à Procuradoria-Geral da República (PGR). Agora, o procurador-geral, Paulo Gonet, tem a responsabilidade de decidir se apresentará denúncia contra os senadores, ambos integrantes da base governista. Renan Calheiros é pai de Renan Filho (MDB-AL), atual ministro dos Transportes do governo Lula, enquanto Eduardo Braga, ex-governador do Amazonas, é o relator da reforma tributária no Senado.
De acordo com o relatório da PF, a antiga Hypermarcas teria pago cerca de R$ 20 milhões aos senadores por meio do empresário Milton Lyra, identificado como lobista do MDB. Em troca, os parlamentares teriam favorecido a empresa farmacêutica em discussões sobre um projeto de lei que tramitou no Senado entre 2014 e 2015, relacionado a incentivos fiscais para empresas.
Além disso, o documento aponta que Renan Calheiros teria indicado uma pessoa para integrar a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com o objetivo de favorecer os interesses da Hypermarcas na agência.
O inquérito faz parte dos desdobramentos da Operação Lava Jato e foi aberto em 2018, com base na delação premiada de Nelson Mello, ex-diretor da Hypermarcas. Mello revelou ter firmado contratos fictícios com empresas indicadas por Milton Lyra, sem que houvesse prestação de serviços, para repassar os valores aos políticos.
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