Sales Batista de Souza, pastor da Assembleia de Deus Missão em Marabá, manifestou-se publicamente neste sábado (27) pela primeira vez após ser afastado da liderança da igreja e do cargo de vice-presidente da Convenção Estadual das Assembleias de Deus no Pará (Comieadepa). A declaração foi feita por meio de uma “Nota de Esclarecimento” publicada em uma conta no Instagram, dirigida aos membros da denominação.
No texto, o líder religioso pede perdão por “acontecimentos recentes” que, segundo ele, possam ter causado sofrimento à igreja. Sem mencionar diretamente as acusações que levaram à crise, Sales Batista afirmou ser “humano e sujeito a falhas” e declarou que jamais teve a intenção de provocar escândalo no meio religioso. Ele também disse estar com o “coração humilde diante de Deus” ao se dirigir à liderança e aos fiéis de Marabá.
A nota não faz referência nominal à esposa, a missionária Raquel Viégas, com quem Sales Batista conduzia a instituição desde 2003, nem aborda de forma objetiva os rumores que culminaram em seu afastamento.
A destituição do pastor foi confirmada oficialmente pela diretoria da Assembleia de Deus Missão na sexta-feira (26). A igreja, que completou 100 anos em março de 2025 e conta com 132 templos na região, iniciou um processo de transição administrativa. O então primeiro vice-presidente, pastor Marcos Melo, assumiu interinamente a presidência da instituição em Marabá, enquanto a definição do novo presidente efetivo ocorre sob acompanhamento da convenção estadual.
Além da perda do comando local, Sales Batista apresentou carta de renúncia ao cargo de primeiro vice-presidente da Convenção Interestadual de Ministros e Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus no Pará (Comieadepa), função para a qual havia sido eleito há cerca de um mês.
Em comunicado, o presidente da convenção, pastor Ocelio Nauar de Araújo, informou que a diretoria será recomposta conforme as normas estatutárias, com foco na transparência e na continuidade das atividades institucionais.
Antes da publicação da nota, Sales Batista já havia desativado seus perfis oficiais nas redes sociais, em meio à repercussão do caso.
De acordo com informações divulgadas, o afastamento ocorreu após a confirmação de um relacionamento extraconjugal envolvendo o pastor e sua nora. A situação teria sido confirmada pela esposa, Raquel Viégas, após a contratação de um detetive particular. Além do impacto no âmbito familiar, o episódio provocou abalos na estrutura administrativa e espiritual da congregação, resultando na destituição de Sales Batista dos cargos que ocupava.



