O reajuste do salário mínimo para R$ 1.621, com vigência prevista a partir de 1º de janeiro de 2026, deve gerar um impacto de R$ 81,7 bilhões na economia brasileira. A estimativa é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos Dieese e leva em conta os reflexos do novo valor sobre renda, consumo e arrecadação, mesmo em um cenário de maior controle fiscal.
Quem será diretamente impactado pelo reajuste
Segundo o Dieese, o novo piso salarial terá influência direta sobre o rendimento de aproximadamente 61,9 milhões de brasileiros. Entre eles estão 29,3 milhões de aposentados e pensionistas do INSS, além de 17,7 milhões de trabalhadores empregados. O levantamento também inclui 10,7 milhões de trabalhadores autônomos, 3,9 milhões de empregados domésticos e cerca de 383 mil empregadores.
Percentual de aumento e regra de cálculo
O valor de R$ 1.621 representa um reajuste nominal de 6,79% em relação ao salário mínimo atual. A correção segue os critérios definidos na política permanente de valorização do salário mínimo, instituída pela Lei nº 14.663 de 2023, que combina a inflação medida pelo INPC com o crescimento do PIB de dois anos anteriores.
Pressão sobre a Previdência Social
O estudo aponta que o aumento do salário mínimo terá impacto direto nas despesas da Previdência Social. A projeção é de um acréscimo de R$ 39,1 bilhões nos gastos previdenciários em 2026. De acordo com o Dieese, cada real adicionado ao salário mínimo eleva em R$ 380,5 milhões os custos do sistema. Atualmente, mais de 70% dos beneficiários da Previdência recebem valores vinculados ao piso nacional.
Limitações impostas pelo novo regime fiscal
Para o cálculo do salário mínimo em 2026, a inflação acumulada medida pelo INPC será considerada integralmente, totalizando 4,18%. Já o crescimento do PIB, estimado em 3,4%, foi limitado a 2,5%, percentual máximo permitido pelo novo arcabouço fiscal definido pela Lei Complementar nº 200 de 2023. A aplicação desses critérios resultou em um aumento nominal de R$ 103.
Equilíbrio entre renda e controle de despesas
Na avaliação do Dieese, o reajuste amplia o poder de compra de milhões de brasileiros e estimula a economia, mas também amplia despesas obrigatórias da União. O desafio do governo será compatibilizar esses efeitos com o cumprimento das metas fiscais nos próximos anos.
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