As investigações da Polícia Federal (PF) sobre um esquema nacional de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) resultaram em um pedido de prisão preventiva contra o senador Weverton Rocha (PDT-MA). O requerimento, no entanto, teve manifestação contrária do Ministério Público Federal (MPF). Diante disso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça autorizou o cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do parlamentar.
Na decisão, o ministro também determinou a prisão preventiva de outros investigados apontados como integrantes do esquema. Mendonça cita trechos das apurações da PF que classificam o senador como “sustentáculo político” da organização criminosa, que teria sido liderada por Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e pelo empresário Maurício Camisotti.
Segundo o despacho, a Polícia Federal indica que Weverton Rocha teria se beneficiado de recursos provenientes dos descontos associativos considerados fraudulentos, além de manter vínculos próximos com membros do grupo investigado no âmbito da Operação Sem Desconto. O documento menciona, ainda, diagramas e registros reunidos durante a investigação que sustentariam essa conclusão.
A nova fase da operação prevê o cumprimento de 52 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão preventiva em diferentes estados.
As apurações também identificaram a existência de um grupo de mensagens em aplicativo denominado “Grupo Senador Weverton”, encontrado em aparelhos utilizados por funcionários ligados ao “Careca do INSS”. De acordo com a PF, o conteúdo reforçaria a proximidade entre o parlamentar e outros alvos da investigação.
Entre os citados estão o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo Portal, e Gustavo Gaspar, ex-assistente parlamentar sênior da liderança do PDT no Senado, período em que Weverton Rocha exercia a liderança da bancada. Ambos tiveram a prisão preventiva decretada.
Na decisão, o ministro André Mendonça destaca que, conforme a Polícia Federal, Gustavo Gaspar é considerado nos bastidores como “braço direito” do senador. Gaspar teria deixado o cargo em 2023 após denúncias de que atuava como funcionário fantasma, mas, segundo a investigação, teria registrado recentemente sua entrada no Ministério da Previdência Social acompanhado do “Careca do INSS”, para uma reunião com Adroaldo Portal.


