A deputada estadual Joilma Teodora (Podemos) foi alvo de um comentário com teor considerado ameaçador nas redes sociais após cobrar celeridade no julgamento do caso que apura o assassinato da adolescente Débora dos Santos Bezerra, em Rorainópolis. Após a ameaça, a parlamentar registrou boletim de ocorrência na manhã desta quarta-feira 10 por meio da Delegacia Virtual.
A deputada se manifestou nas redes sociais na noite desta terça-feira,8, com uma nota de repúdio em seu perfil oficial no Instagram, cobrando maior rigor da Justiça e agilidade no andamento do processo. No texto, Joilma criticou a demora na tramitação do caso e defendeu a submissão do réu ao Tribunal do Júri.
Confira a publicação:
Menos de uma hora após a publicação, o perfil identificado como @patricia_asanntos comentou a postagem com a frase “Acho melhor dar uma seguradinha e conservar os dentes que tem na boca. Falar pouco é bom e conserva os dentes.”
A equipe da deputada informou que o caso seria levado às autoridades. O boletim de ocorrência foi registrado como forma de preservar a integridade da parlamentar, que também exerce o cargo de secretária Especial da Mulher da Assembleia Legislativa de Roraima. A assessoria jurídica informou que acompanha o caso.
Autora de ameaça se defende
Após a divulgação do episódio, a autora do comentário publicou uma retratação formal nas próprias redes sociais. Na nota, Patrícia de Abreu Santos declarou que a expressão utilizada teve origem em um meme, mas reconheceu que a mensagem foi inadequada diante do contexto sensível da publicação, que tratava de um caso de homicídio.
Ela afirmou que não teve a intenção de ameaçar, ofender ou intimidar a deputada, disse que a manifestação ocorreu em caráter pessoal, negou qualquer vínculo com escritórios citados em especulações e apresentou pedido público de desculpas.
Assembleia manifesta repúdio contra ameaças
No mesmo dia, a Assembleia Legislativa de Roraima divulgou nota oficial de repúdio ao comentário direcionado à deputada. No comunicado, o Poder Legislativo estadual informou que se solidariza com Joilma Teodora e com todas as mulheres que enfrentam violência de gênero e declarou que não admite qualquer forma de intimidação contra representantes eleitas ou contra quem atua na defesa do cumprimento da Justiça. A Casa também destacou que casos como o de Débora se somam a outros episódios de feminicídio registrados no estado e reafirmou compromisso com a promoção de um ambiente político seguro e com ações de enfrentamento à violência.
Entenda o caso
Débora dos Santos Bezerra, de 17 anos, foi encontrada morta a tiros no dia 4 de maio de 2024, em uma vicinal no município de Rorainópolis. O principal suspeito é o policial militar Acrízio Silva Leite, que, segundo as investigações, mantinha relacionamento com a vítima. Há registros de mensagens de WhatsApp e imagens de câmeras de segurança que colocam os dois juntos pouco antes do crime.
O policial chegou a ser preso dias após o homicídio, mas teve a prisão preventiva revogada em agosto de 2025. Desde então, responde ao processo em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares. Até o momento, não há definição para a data do júri popular, o que tem sido alvo de críticas da família da vítima.
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