O Produto Interno Bruto (PIB) do Pará totalizou aproximadamente R$ 72,2 bilhões no segundo trimestre de 2025, registrando crescimento de 5,72% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em relação ao trimestre anterior, a economia paraense avançou 0,63%, desempenho acima da média nacional, que foi de 0,37%, segundo dados divulgados pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa).
Os resultados constam no 2º Boletim do PIB Trimestral do Estado do Pará de 2025, lançado nesta quinta-feira (23), no campus I da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), em Marabá. O levantamento foi elaborado pela Diretoria de Estatística e de Tecnologia e Gestão da Informação (DETGI) da Fapespa, com base em informações do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais (SCNT/IBGE).
O boletim apresenta uma análise atualizada do desempenho econômico estadual, com foco nos setores de agropecuária, indústria e serviços, além de comparações com o desempenho do PIB brasileiro. O estudo busca reduzir a defasagem na divulgação de dados regionais e ampliar o acesso a informações econômicas.
De acordo com Rickson Oliveira, bolsista da Fapespa e colaborador do monitoramento do PIB estadual e municipal, o indicador trimestral “permite acompanhar a economia com maior agilidade, superando o atraso de dois anos presente nas publicações anteriores”.
Desempenho setorial
No segundo trimestre, o PIB do Pará cresceu 0,63% frente ao trimestre anterior, impulsionado principalmente pela agropecuária, que manteve ritmo superior ao nacional. Em contrapartida, a indústria recuou 1,57%, afetada pela queda nos preços do minério de ferro, que diminuíram em média US$ 5,7 por tonelada. O setor de serviços também apresentou retração de 1,31%, influenciada pela redução nas atividades de transporte (-3,9%) e administração pública (-7,7%).
O Valor Adicionado Bruto (VAB) estadual teve alta de 0,29%, desempenho próximo ao nacional (0,33%). Com a inclusão dos impostos, o PIB totalizou variação positiva de 0,63%, indicando estabilidade e resiliência da economia paraense.
Crescimento acumulado
No acumulado do ano, o PIB do Pará cresceu 6,23%, superando o índice nacional de 2,53%. O resultado foi sustentado principalmente pela agropecuária, que registrou aumento de 17,87% no período, favorecida pelas boas condições climáticas e pela expansão das safras de milho, soja e mandioca, além do desempenho positivo da pecuária, impulsionada pela valorização do preço da arroba do boi gordo.
Segundo Thays Santos, técnica da Fapespa, o setor tem apresentado “recuperação consistente, sustentada tanto pelas lavouras temporárias quanto pela pecuária, que mantém crescimento acima da média nacional desde o ano passado”.
A indústria também registrou desempenho positivo, com avanço de 2,79%, impulsionado pela indústria de transformação (+20,23%), pela produção e distribuição de energia (+6,02%) e pela extração mineral (+2,38%). Nas unidades de S11D (Canãa dos Carajás) e Salobo (Marabá), o aumento da produção compensou parcialmente a queda dos preços do minério. Destaques da indústria de transformação incluem a metalurgia (+12,1%), os produtos de madeira (+14,3%) e as bebidas (+10,9%), refletindo a retomada do consumo interno.
Conforme Thays Santos, o crescimento na geração de energia elétrica foi favorecido por “precipitações acima da média, que ampliaram a capacidade das hidrelétricas, e pelo aumento do consumo durante os feriados do trimestre”.
O setor de serviços apresentou alta de 2,60%, impulsionado pelas atividades de comércio (+7,13%) e administração pública (+2,88%), refletindo o aquecimento gradual da economia. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o segmento gerou 9.517 novos empregos formais no segundo trimestre, reforçando a recuperação do mercado de trabalho no estado.
Acesso aos dados
Os resultados completos estão disponíveis no Dashboard Interativo do PIB Trimestral do Pará, ferramenta desenvolvida pela Fapespa em três idiomas (português, inglês e espanhol). A plataforma permite acompanhar a evolução do PIB estadual desde 2012, realizar comparações com o cenário nacional e relacionar os indicadores aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.