outubro 10, 2025
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Em encontro do movimento Todos por Roraima, professores discutem desafios da educação no estado

O encontro reuniu 32 educadores e foi liderado pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Soldado Sampaio, idealizador da iniciativa.

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Na noite desta quinta-feira (9), o Movimento Todos por Roraima realizou mais uma rodada de debates, desta vez com professores da rede estadual e da Universidade Estadual de Roraima (UERR), na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação de Roraima (Sinter). O encontro reuniu 32 educadores e foi liderado pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), idealizador da iniciativa.

Sampaio destacou que o movimento tem percorrido o estado para ouvir diferentes setores da sociedade sobre os rumos de Roraima. “Eu preciso conversar com quem entende, com quem está calçando o sapato, sabe o que está apertando. Já conversei com agricultores, cooperativas, sindicatos, federações, servidores públicos e lideranças comunitárias. Agora é a vez dos professores, porque discutir o futuro de Roraima passa, necessariamente, por discutir a educação”, afirmou o parlamentar.

Durante o encontro, os professores foram unânimes em apontar o abandono da educação pública estadual e o adoecimento físico e emocional dos profissionais. Entre as principais demandas levantadas estão a valorização do magistério, a implementação de um currículo unificado com planejamento pedagógico comum, melhoria na estrutura das escolas, fornecimento adequado de material escolar e pedagógico, transporte e merenda de qualidade, com alimentos oriundos da agricultura familiar, além de transparência no Fundeb.

Outros pontos destacados foram a necessidade de bibliotecas e projetos de leitura nas unidades de ensino, incentivo à qualificação profissional com mestrado e doutorado, uma escola modelo para testar a implementação de modelos pedagógicos e a realização de concursos públicos, em vez de processos seletivos temporários.

Os professores também questionaram as desigualdades estruturais entre escolas da capital, do interior e indígenas, além da coexistência de dois modelos na rede: civil e militarizado. O professor José Airton afirmou que a disparidade salarial e de condições de gestão entre as escolas civis e militarizadas é um dos principais problemas. “Se o salário do diretor fosse o mesmo da escola militarizada, muita coisa mudaria. A Polícia Militar poderia cumprir seu papel de proteção, mas fora dos muros, garantindo segurança ao entorno das escolas. Educação tem que ser feita por professores”, disse.

Outro tema recorrente foi o papel da Universidade Estadual de Roraima. Criada com o objetivo de fortalecer as licenciaturas e formar professores no interior, a instituição foi criticada por não estar cumprindo plenamente essa missão. Os educadores destacaram que a UERR possui docentes qualificados, mas carece de laboratórios e de uma escola de aplicação que permita a integração entre teoria e prática.

O vice-reitor da Uerr, professor Edson Damas, que também participou do encontro, destacou que a universidade está retornando para a sua missão, de olhar para as licenciaturas e reabrir os polos no interior do Estado. “Só temos uma razão de existir: chegar no interior e formar professores. A ideia é trazer novos cursos para atender os interesses do estado, como cursos de tecnólogo, e estamos trabalhando para reativar o polo de Uiramutã e reabrir Caracaraí”, afirmou, ressaltando que é preciso aproximar a UERR da Secretaria Estadual de Educação, para promover a formação de professores.

O presidente do Sinter, Jefferson Dantas, elogiou a iniciativa do movimento em ouvir os educadores e reforçou a urgência de investimentos na área. “A educação em Roraima precisa ser melhorada em todos os aspectos. Vamos trabalhar para que o debate se transforme em ações concretas”, disse.

Próximos passos

Todas as contribuições apresentadas foram registradas e farão parte de um documento que será sistematizado pelo movimento Todos por Roraima. O material reunirá propostas de diferentes segmentos sociais e será apresentado em etapas posteriores do projeto.

Sampaio adiantou que o ciclo de conversas continuará em Boa Vista e pelos municípios do interior. “Já ouvimos os servidores, os agricultores, o setor cultural e agora os professores. Nosso objetivo é construir, com a sociedade, um diagnóstico real de Roraima e traçar caminhos para o futuro do estado”, concluiu.

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