O ex-deputado federal paraense Wladimir Costa será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em ação que apura suposto crime de peculato. A ministra Cármen Lúcia decidiu, no dia 5 de agosto, que a Suprema Corte é competente para conduzir o processo e manteve a decisão da Justiça Federal de Barcarena, que já havia tornado o ex-parlamentar réu.
A acusação contra Wladimir Costa teve origem em 2017, quando a Procuradoria-Geral da República (PGR) o denunciou por desviar aproximadamente R$ 230 mil em recursos públicos destinados a eventos esportivos no Pará. Como na época ele ainda exercia mandato na Câmara, a denúncia seguiu diretamente para o STF.
Com o fim do mandato em 2019, o processo foi remetido à Justiça Federal do Pará, mas uma alteração no entendimento da Corte sobre o alcance do foro privilegiado levou ao retorno da ação ao STF em maio de 2025. Agora, a ministra Cármen Lúcia validou a tramitação na instância máxima, garantindo que a investigação siga na Corte.
Trajetória marcada por polêmicas
Popularmente conhecido como o “deputado da tatuagem”, Costa ganhou repercussão nacional em 2017 ao exibir uma tatuagem de henna com o nome do então presidente Michel Temer no ombro, em gesto de apoio durante investigações da PGR. Além disso, sua carreira parlamentar ficou marcada por episódios folclóricos: o político já distribuiu confetes e farinha de mandioca no plenário e até soltou roedores durante sessões.
A vida pública do ex-parlamentar também acumula processos na esfera eleitoral. Em setembro de 2024, ele foi condenado por difamação, extorsão, violência política de gênero e violência psicológica contra mulher, após ataques virtuais a uma deputada federal. Desde então, Wladimir Costa cumpre prisão domiciliar no Pará.