O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio da promotora de Justiça Maria José Carvalho, titular da 5ª Promotoria de Justiça de Castanhal, apresentou, durante plantão, manifestação ao Judiciário para que a prisão em flagrante do segundo-sargento da Polícia Militar Anízio Santiago Santos e de Gerson Souza Cruz seja convertida em preventiva. Os dois foram detidos em 9 de agosto, suspeitos de extorquir um feirante no município.
Segundo as investigações, a Polícia Civil recebeu denúncia de que supostos integrantes da Divisão de Operações Especiais (DIOE) estariam exigindo dinheiro de comerciantes. Ao verificar a informação, o delegado responsável constatou que não havia operação oficial em curso e passou a monitorar o veículo utilizado pelos suspeitos. A abordagem foi realizada em Ananindeua, onde foram apreendidos uma pistola calibre .40 de uso da corporação, mais de R$ 6 mil em espécie, joias, balanças de precisão, relógios e celulares.
A vítima relatou que foi interceptada pelos acusados, que se identificaram como policiais e alegaram a existência de um “processo” contra ela. Segundo o depoimento, foi exigido o pagamento de R$ 30 mil para evitar a condução à delegacia. Inicialmente, o feirante entregou R$ 4 mil e, posteriormente, outros R$ 10 mil em sua residência.
O MPPA apontou indícios dos crimes de extorsão (art. 158, §3º, do Código Penal), usurpação de função pública (art. 328, parágrafo único), concurso de pessoas e continuidade delitiva. A promotoria fundamentou o pedido na gravidade dos fatos, risco de reiteração criminosa, prejuízo à credibilidade das instituições policiais e antecedentes criminais de um dos investigados.
A solicitação foi encaminhada ao Poder Judiciário, que decidirá sobre a conversão da prisão.