Entre janeiro e julho deste anos, os três senadores do Pará já utilizaram, juntos, R$ 782.745,44 da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), o polêmico “cotão”. Entre os parlamentares paraenses, Beto Faro (PT) lidera o ranking de gastos, seguido por Zequinha Marinho (Podemos) e Jader Barbalho (MDB).
Beto Faro foi o que mais utilizou recursos públicos nesse período, somando R$ 328.959,38. O maior volume — R$ 175.840,00 — foi destinado à divulgação da atividade parlamentar, com destaque para o mês de janeiro, quando foram gastos R$ 40.800,00 apenas nesse item. Ele também desembolsou R$ 75 mil com locomoção, hospedagem, alimentação e combustíveis, R$ 48 mil com contratação de serviços de apoio ao mandato e R$ 30.119,38 com passagens aéreas, aquáticas e terrestres. O parlamentar não teve gastos com aluguel de imóveis, material de consumo ou segurança privada.
Já Zequinha Marinho aparece em segundo lugar no ranking, com despesas que totalizam R$ 297.063,96. Seu maior gasto foi com locomoção, hospedagem, alimentação e combustíveis, no valor de R$ 79.836,67, com pico em fevereiro (R$ 23.843,89) e março (R$ 20.238,44). Ele também gastou R$ 66.684,59 com aluguel de imóveis para escritório político, R$ 63 mil com divulgação de atividade parlamentar, R$ 45.492,70 com passagens nacionais e R$ 39.200,00 com serviços de apoio. As menores despesas foram com material de consumo (R$ 2.850,00), e não houve gastos com segurança privada.
Na outra ponta do ranking está Jader Barbalho, que concentrou praticamente todo o uso da cota na contratação de serviços de apoio ao parlamentar. Dos R$ 156.722,10 gastos por ele até julho, R$ 150 mil foram utilizados exclusivamente para esse fim — em valores fixos mensais de R$ 25 mil de janeiro a junho. O senador não apresentou despesas com divulgação, aluguel de escritório, combustíveis ou alimentação, e teve apenas um gasto de R$ 6.722,10 com passagens aéreas. Também não usou a verba para serviços de segurança ou compra de material de consumo.
Ao todo, os três senadores do Pará consumiram R$ 782.745,44 da cota parlamentar em sete meses. A principal categoria de gasto de Beto Faro foi a divulgação do mandato; a de Zequinha Marinho, os deslocamentos e combustíveis; e a de Jader Barbalho, os serviços técnicos contratados.
A Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar é reembolsável, ou seja, os parlamentares pagam as despesas do próprio bolso e depois solicitam o ressarcimento ao Senado, mediante apresentação de notas fiscais e comprovação do vínculo da despesa com a atividade do mandato.