A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a ampliação das investigações contra o deputado federal Antonio Doido (MDB), após a apreensão de altas quantias em dinheiro com pessoas próximas ao parlamentar. Os inquéritos investigam suspeitas de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e compra de votos nas eleições municipais de 2024.
A PGR quer unificar dois casos que, segundo as apurações, têm ligação direta com o deputado. O primeiro envolve a prisão do policial militar Francisco Galhardo em Castanhal, em outubro do ano passado, com R$ 5 milhões. O segundo ocorreu em janeiro deste ano, quando o então assessor parlamentar Jacob Serruya Neto foi flagrado com R$ 1,1 milhão em espécie. Ambos são apontados como integrantes do círculo de confiança de Antonio Doido.
De acordo com a Polícia Federal, mensagens extraídas do celular de Galhardo indicam que o deputado teria dado ordens para o repasse de quantias em dinheiro, como os R$ 380 mil entregues a um homem identificado como Geremias. A operação aconteceu nas proximidades de uma agência bancária, onde também foram encontrados R$ 4,6 milhões com outro indivíduo.
Relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e da própria PF revelam que Francisco Galhardo movimentou cerca de R$ 48,8 milhões entre março de 2023 e outubro de 2024. A maioria dos saques foi feita nas cidades de Castanhal e São Miguel do Guamá. As autoridades suspeitam que o dinheiro tenha origem em uma empresa registrada no nome da esposa do parlamentar.
Com base nesses indícios, a PGR passou a considerar também a possibilidade de crimes financeiros e desvios de recursos públicos relacionados ao exercício do mandato de Antonio Doido.
Em nota oficial, a defesa do deputado repudiou o que chamou de “divulgação ilegal” de informações sigilosas e negou qualquer irregularidade. O texto informa que o parlamentar já prestou esclarecimentos à Justiça e reafirma sua confiança na legalidade de todos os seus atos.