A precariedade na infraestrutura das escolas municipais de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, voltou a ganhar visibilidade após a divulgação de vídeos nas redes sociais. Em um deles, uma mãe — que preferiu não se identificar — mostra as condições da Escola Municipal União e Fraternidade, onde a filha passou duas semanas sem frequentar as aulas por causa do calor extremo dentro da sala. O espaço, segundo ela, não conta com ventiladores nem ar-condicionado, tornando o ambiente insuportável para crianças pequenas.
A denúncia se soma a uma série de reclamações feitas por pais, responsáveis e profissionais da educação nos últimos anos. As queixas envolvem desde a ausência de professores até riscos à saúde dos alunos.
Outras denúncias
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Escola Municipal Nilce Alves: Localizada no bairro Águas Brancas, a escola enfrenta graves problemas estruturais. De acordo com o coordenador geral do SINTEPP, Antônio Seabra, o prédio tem mais de 40 anos e não atende mais às necessidades básicas de funcionamento. “Não existe um espaço adequado para as crianças realizarem atividades de educação física ou mesmo brincarem. A escola está completamente abandonada, inclusive sem direção. Constatamos goteiras, infiltrações e instalações comprometidas”, afirmou. Segundo ele, o prefeito Daniel Santos já foi informado, mas nenhuma medida foi tomada até o momento.
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Escola Municipal João Nunes de Sousa: Alunos do Pré II estão sem aula desde janeiro de 2025 por falta de professores. A unidade também enfrenta superlotação, ausência de suporte adequado para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), mato alto e estrutura comprometida.
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Escola Municipal Waldemar Mendes (Anexo): O prédio improvisado onde funciona a escola está com sete meses de aluguel atrasado. A manutenção é precária, com goteiras, fiações expostas e banheiros sem divisórias.
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Escola Municipal Nossa Senhora Auxiliadora: O imóvel acumula 11 meses de aluguel em atraso. A situação gera insegurança quanto à continuidade das aulas.
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Escola Municipal São Paulo: As obras de reforma iniciadas em 2019 seguem inacabadas. Além das infiltrações e problemas elétricos, faltam professores em diversas disciplinas.
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Escola Municipal Padre Gabriel Bulgarelli: Relatórios do Ministério Público apontam fiação elétrica aparente, esgoto a céu aberto e banheiros interditados, colocando em risco a saúde dos estudantes.
Repercussão e silêncio oficial
Diante da gravidade das situações, sindicatos e o Ministério Público têm pressionado a Prefeitura de Ananindeua e a Secretaria Municipal de Educação (Semed) por providências. No entanto, muitos dos problemas permanecem sem resposta ou solução efetiva.
A reportagem de FATO tentou contato com a Semed de Ananindeua, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.