outubro 2, 2025
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“Banalização do patrimônio imaterial”: vereadora repudia proposta de oficializar bordão do governador

Parlamentar do PSOL acusa deputados da ALEPA de banalizar o conceito de patrimônio imaterial ao exaltar expressão ligada a grupo empresarial e governo estadual

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A vereadora Viviane Reis (PSOL) se manifestou de forma contundente contra o Projeto de Lei nº 146/2025, em análise na Assembleia Legislativa do Pará (ALEPA), que propõe transformar o bordão “Bora Trabalhar” em Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do estado. Para a parlamentar, a iniciativa representa uma afronta à classe trabalhadora paraense, que enfrenta desafios como a manutenção da escala 6×1 e a precarização das condições de trabalho.

“O que está em jogo aqui é a banalização de um título que deveria exaltar as verdadeiras expressões culturais e populares do nosso estado”, afirmou Viviane. Segundo ela, o bordão — associado ao dono do Grupo Líder, um dos maiores empresários do Pará, e amplamente utilizado pelo governador Helder Barbalho em campanhas e ações públicas — possui um cunho “mercadológico e capitalista” e não representa a diversidade e a resistência das manifestações culturais paraenses.

Reprodução / Redes Sociais

A proposta foi apresentada pelo deputado estadual Lu Ogawa e defende que a expressão representa “valores como esforço, fé e resistência” das comunidades ribeirinhas e do povo paraense em geral. Desde 2019, “Bora Trabalhar” passou a ser usado com frequência em obras e eventos do governo estadual, consolidando-se como marca da atual gestão.

Viviane, no entanto, questiona os reais objetivos do projeto. “Me parece que os deputados estão precisando trabalhar mais, porque para apresentar um projeto como esse, falta seriedade legislativa. A intenção é clara: exaltar um empresário local. Já vimos até escola de samba fazendo o mesmo. Enquanto isso, nossos trabalhadores adoecem e seguem lutando por direitos básicos”, declarou.

O projeto foi registrado na ALEPA em 18 de março e publicado oficialmente no dia 25 do mesmo mês. No momento, aguarda parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Redação Final (CCJ) para seguir à votação em plenário. Caso aprovado, caberá ao Poder Executivo dar início aos trâmites legais para o registro da expressão como patrimônio imaterial.

A reportagem de O FATO entrou em contato com a assessoria de comunicação do deputado Lu Ogawa para obter mais informações sobre a proposta, mas ainda não obteve retorno.

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