O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) cassou, por 5 votos a 2, o mandato do senador paraense Beto Faro (PT), eleito em 2022. A decisão, tomada na noite desta terça-feira (20), também atinge seus suplentes, Joseny Nascimento e Leny Campelo, que ficam inelegíveis por oito anos. A corte atendeu a uma ação movida pela Procuradoria Regional Eleitoral. Ainda cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE), Faro e seus aliados participaram de um esquema de compra de votos durante a campanha ao Senado. Funcionários de uma prestadora de serviços ao governo do Estado teriam recebido promessas de bônus em tíquetes de alimentação em troca de apoio político.
As acusações envolvem ainda os empresários Otávio Pacheco e Luiz Fernando Lisboa, da empresa Kapa Capital. De acordo com a denúncia, reforçada por depoimentos, gravações ambientais e documentos periciados pela Polícia Federal, o grupo oferecia vantagens financeiras — como R$ 25 por voto angariado — para cooptar eleitores.
Uma das testemunhas, Stefany Cristina Lima Correa, relatou que o próprio Beto Faro participou virtualmente de reuniões onde fez promessas de pagamento em troca de votos. Outras testemunhas, como Maria Antonieta Cunha Nogueira e Denise, confirmaram a existência de reuniões na sede da Kapa Capital, onde o apoio ao petista era explicitamente solicitado.
A empresa Kapa Capital chegou a firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho, no valor de R$ 360 mil, reconhecendo práticas de assédio eleitoral — o que, segundo fontes jurídicas, equivale a uma confissão de culpa.
A reportagem do portal O FATO entrou em contato com o senador Beto Faro pelo número com final 2382, mas não obteve resposta até o momento.