Os deputados estaduais Rogério Barra (PL) e Lívia Duarte (Psol) cobraram explicações das autoridades de saúde após a morte do cantor de forró Gutto Xibatada, de 39 anos, diagnosticado com Mpox (varíola dos macacos), em Belém. O óbito foi confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) na sexta-feira, 25 de abril. O paciente foi internado no Hospital Municipal Mário Pinotti (PSM da 14), onde faleceu.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), até 23 de abril o estado registrava 19 casos confirmados da doença, com dois óbitos. Ambos os pacientes apresentavam comorbidades que agravaram o quadro clínico. As autoridades informaram que não há surto da doença no estado e que os casos não têm ligação entre si.
Rogério Barra afirmou, nas redes sociais, que houve negligência da Prefeitura de Belém no atendimento ao cantor. “Minha solidariedade à família do jovem vítima da ‘varíola dos macacos’. Ele não morreu apenas pela doença, mas também por negligência da prefeitura”, escreveu. O parlamentar disse ainda que está oficializando as secretarias municipal e estadual de saúde para obter esclarecimentos sobre os protocolos adotados e as medidas para conter a disseminação da Mpox.
Já a deputada Lívia Duarte declarou que a situação é grave e precisa ser apurada. Em publicação nas redes sociais, informou que seu mandato protocolou requerimentos junto à Sespa cobrando informações sobre as ações tomadas. “Queremos saber por que a Sesma não tomou as devidas providências diante do caso grave que evoluiu para óbito no PSM da 14. A negligência em saúde pública custa vidas”, destacou.
Gutto Xibatada morreu no dia 22 de abril, após complicações causadas pela doença. Familiares relataram que ele enfrentava sintomas havia cerca de um mês e, durante esse período, viajou para o Rio de Janeiro e a Bahia. Após retornar a Belém, procurou atendimento médico, recebeu medicação e foi orientado a manter isolamento domiciliar.
De acordo com a família, o cantor inicialmente ocultou a gravidade do quadro. As lesões na pele evoluíram rapidamente e, com o agravamento da condição, ele passou a ter dificuldades de fala, visão e locomoção. No dia 22, foi levado ao hospital pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde faleceu horas depois.
A Prefeitura de Belém informou que o paciente recebeu assistência especializada e ficou em isolamento na UTI. Após apresentar melhora clínica, teve alta com orientações para acompanhamento em unidade de referência. No entanto, seu estado de saúde se agravou rapidamente, levando à nova internação e, em seguida, ao óbito.
A Sesma e a Sespa informaram que o caso está sendo investigado pelas autoridades sanitárias.