Após o prefeito Daniel Santos (PSB) não aplicar o reajuste de 6,27% do piso nacional do magistério, vigente desde janeiro, os professores da rede municipal de Ananindeua decidiram entrar em estado de greve. A categoria, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sintepp-Ananindeua), também marcou um grande ato de mobilização para o dia 23, em frente à sede da Prefeitura.
Além do cumprimento do piso, os educadores reivindicam um aumento de 40% para repor perdas salariais acumuladas desde 2019, ano em que Daniel Santos assumiu a gestão municipal. Também exigem melhorias estruturais nas escolas e valorização profissional, como a gratificação por formação de nível superior, já adotada por outros municípios.
O Sintepp afirma que a Prefeitura vem adotando manobras para evitar a aplicação integral dos reajustes nacionais. O Sindicato afirma que em 2022 o piso teve aumento de 33%, mas a administração municipal modificou a tabela de vencimentos, o que reduziu o impacto do reajuste nos contracheques. Antes, a categoria recebia o piso mais 30%. Hoje, a proposta da Prefeitura é de apenas 3,11% acima do piso, o que não cobre as perdas.
Na semana passada, a gestão apresentou uma proposta com apenas o reajuste obrigatório, o que foi rejeitado por unanimidade em assembleia. Uma nova oferta feita no dia 7 de abril propôs um acréscimo de 3,11% sobre o piso e aumento de R$ 100 no vale-alimentação, que passaria de R$ 600 para R$ 700. Para os demais servidores das escolas, o reajuste sugerido foi de 7,51%. A categoria considerou a proposta insuficiente.
Além das questões salariais, os professores apontam problemas estruturais nas unidades de ensino. De acordo com o sindicato, muitas escolas funcionam em prédios alugados com pouca ventilação, iluminação precária e falta de manutenção. A ausência de profissionais como merendeiras, vigilantes, secretários escolares e acompanhantes especializados para alunos com deficiência também é alvo de críticas.