A prisão do ex-deputado Carlão de Oliveira, ocorrida nesta sexta-feira, 28, reacendeu os escândalos de corrupção que marcaram a família do político. Carlão é acusado de desviar R$ 11,3 milhões em um esquema de nomeações fantasmas, conhecido como “folha paralela”, durante o período em que presidiu a ALERO entre 2004 e 2005.
Ele não é o único membro da família envolvido em polêmicas. Em junho de 2024, a Justiça recebeu uma denúncia contra o filho dele, o deputado estadual Jean Oliveira (MDB) que já foi acusado de supostamente integrar uma organização criminosa especializada em grilagem de terras, corrupção e falsidade ideológica, conforme apurado pela Operação Feldberg, da Polícia Federal, em 2019.
Em junho do ano passado, o Tribunal de Justiça de Rondônia recebeu uma denúncia do Ministério Público detalhando a suposta participação de Jean com outros sete envolvidos. O FATO teve acesso ao relatório que apontou falsificação de documentos apropriação ilegal de 64 mil hectares dentro da Reserva Extrativista Rio Pacaás Novos, em Guajará-Mirim.
O MP também aponta que, além da grilagem de terras, o grupo atuava na obtenção irregular de ativos ambientais, utilizando a estratégia de doação de áreas dentro de unidades de conservação para obter compensações ambientais e regularizar propriedades privadas.
“Nos referidos processos, a ORCRIM visava à instituição da compensação de reserva legal por meio da doação ao Poder Público de áreas situadas no interior de unidade de conservação, com a consequente obtenção de ativos ambientais”, descreve a denúncia.
O esquema utilizava procurações falsas, inclusive assinadas por pessoas já falecidas, para fraudar registros de propriedade e revender terras como se fossem ativos ambientais. O MP-RO acusa ainda o grupo de empregar a estratégia de doação de terrenos dentro de unidades de conservação para obter compensações ambientais e regularizar propriedades privadas.
Além da grilagem, o deputado também é investigado por supostas irregularidades na eleição da Mesa Diretora da ALE-RO em janeiro de 2019, com indícios de compra de votos para garantir apoio político dentro do Legislativo estadual.