Apesar de terem confirmado presença, lideranças indígenas que ocupam o prédio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em Belém, desde o dia 14, não compareceram à reunião convocada pelo governador Helder Barbalho (MDB) para tratar das demandas apresentadas pelos manifestantes. O encontro ocorreu com a participação da Comissão de Indígenas das Etno-Regiões do Estado, grupo vinculado ao governo estadual.
A reunião, que durou cerca de quatro horas, contou com a presença da vice-governadora Hanna Ghassan, da secretária de Povos Indígenas, Puyr Tembé, do secretário de Educação, Rossieli Soares, além de representantes do Ministério Público e outros colaboradores. Durante o encontro, Barbalho afirmou ter atendido às principais reivindicações.
“Garantimos que o sistema modular será com aulas presenciais, sem dúvidas quanto a isso, e asseguramos o salário no teto para todos os profissionais que atuam na educação indígena”, declarou o governador.
Barbalho lamentou a ausência dos manifestantes que ocupam a Seduc. “Estivemos aqui aguardando que alguns manifestantes pudessem comparecer, mas, infelizmente, não puderam estar presentes. De qualquer forma, continuo sempre aberto ao diálogo para que possamos construir uma educação indígena cada vez mais forte no estado do Pará”, disse.
Helder mantém Rossieli na Seduc
Embora tenha anunciado medidas para atender às demandas, como a garantia de aulas presenciais e salários no teto, o governador não acatou o pedido de exoneração do secretário Rossieli Soares, que segue no cargo e participou ativamente da reunião.
A manifestação
Os manifestantes ocupam a Seduc desde o dia 14 de janeiro e exigem a revogação da Lei Estadual 10.820, que promove mudanças no Sistema Modular de Ensino (Some) e no Sistema de Organização Modular de Ensino Indígena (Somei). As lideranças indígenas argumentam que a lei prejudica o modelo de educação nas aldeias e desvaloriza as tradições locais.
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