O chefe da Casa Civil, Flávio Antony, único participante de suposta reunião para fraudar eleições em Parintins poupado pelo governador Wilson Lima e mantido no alto escalão, foi condenado por abuso de poder político durante o processo eleitoral em Parintins.
A condenação do número 1 de Wilson Lima ocorreu no dia 4 de outubro e foi proferida pela juíza eleitoral de Parintins, Juliana Arraes Mousinho. A condenação ocorre devido investigações apontarem o uso da máquina pública estadual para favorecer candidatos aliados do grupo político governista.
A decisão da magistrada foi baseada em um evento realizado no dia 17 de junho. No episódio, durante um evento oficial do Governo do Amazonas em uma escola estadual na Agrovila do Mocambo, Flávio Antony pediu votos explicitamente para Brena Dianná, então pré-candidata à prefeitura de Parintins, além de outros pré-candidatos, incluindo Márcia Baranda, Babá Tupinambá e Marcos Sarmento Azevedo.
De acordo com a decisão, o chefe da Casa Civil de Wilson Lima foi considerado culpado por usar sua posição e os recursos públicos para influenciar diretamente o processo eleitoral em benefício de Brena Dianná.
A juíza que proferiu a sentença ressaltou a gravidade das ações de Flávio Antony, que incluíram o uso inadequado de agentes públicos e recursos governamentais para beneficiar um candidato específico. O tribunal concluiu que houve uma evidente violação dos princípios democráticos e da equidade no processo eleitoral, resultando na condenação.
‘Poupado’
Flávio Antony, flagrado em uma reunião onde supostamente articulavam uma série de ações em benefício de Brena Dianná, em Parintins, foi o único membro do alto escalão poupado pelo governador Wilson Lima.
Além de Flávio Antony, o vídeo, capitado no dia 3 de agosto e divulgado por Assayag no dia 29 de setembro, mostra Fabrício Rogério Cyrino Barbosa (Secretário de Estado de Administração), Marcos Apolo Muniz de Araújo (Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa), Armando Silva do Valle (Diretor-presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas) Tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos – Comandante das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), Capitão Guilherme Navarro Barbosa Martins (Companhia de Operações Especiais).
À época, em nota à imprensa, o Governo do Amazonas informou que as exonerações são para “a Justiça possa realizar o trabalho de investigação que julgar necessário” e que “o Governo do Estado reforça que, além de garantir a lisura das investigações, o ato tem como objetivo permitir que os citados se defendam de forma isonômica e justa”.
As exonerações ocorreram em resposta a recomendações do Ministério Público do Estado (MPAM), que abriu um Inquérito Civil para investigar improbidade administrativa e questões relacionadas à segurança pública, com base no vídeo que revela a participação do alto escalão.
De acordo com o Ministério Público do Amazonas (MPAM), os investigados estão supostamente envolvidos em um esquema que buscava comprometer a legitimidade das eleições municipais, utilizando comandos direcionados ao aparato de segurança pública. Ainda segundo o MP, foram identificados diálogos que sugerem um alinhamento com o coronel da Polícia Militar Francisco Magno Judiss, com o objetivo de utilizar a força policial para intimidar eleitores.
O caso foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República e ao procurador regional eleitoral devido ao foro privilegiado dos secretários. Além disso, a portaria foi enviada ao governador Wilson Lima para que tome conhecimento dos fatos e adote as medidas cabíveis.
Derrota – Nos bastidores, fontes atribuem o fracasso eleitoral de Brena Dianná, em Parintins, e de Roberto Cidade, em Manaus, à divulgação do vídeo polêmico às vésperas das eleições. Apesar de liderar mais de 15 pesquisas eleitorais, Cidade não conseguiu avançar para o segundo turno contra David Almeida.
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