O Tribunal do Júri condenou, nesta quarta-feira, 4, Ewerton de Freitas Andrade a 33 anos de prisão pelos crimes de duplo homicídio qualificado, dano, ocultação e destruição de cadáver. A condenação está relacionada aos assassinatos de Uirandê Costa de Mesquita, policial militar, e Joseane Gomes da Silva, empresária, ocorridos em 23 de agosto de 2020, no bairro Mecejana, zona Oeste de Boa Vista.
O julgamento, que durou cerca de 12 horas, foi conduzido pelo Tribunal do Júri em Boa Vista, com a sentença sendo divulgada por volta das 21h. As qualificadoras reconhecidas pela Justiça incluem motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.
De acordo com a denúncia, Ewerton Andrade participou ativamente dos crimes. Uirandê Costa de Mesquita foi envenenado e teve o corpo carbonizado em seu próprio veículo, encontrado quatro dias após o crime. Já Joseane Gomes da Silva foi agredida e morta com um tiro nas costas, disparado com a arma de Uirandê, em uma tentativa de incriminar o policial.
O Ministério Público de Roraima (MPRR) apresentou a tese de acusação, aceita integralmente pelo júri. A investigação apontou que o crime teve como motivação uma dívida de R$ 4,5 mil entre Guilherme Tavares de Paula, também condenado por sua participação no duplo homicídio, e Uirandê Costa de Mesquita.
Inicialmente, Ewerton e Guilherme foram tratados como testemunhas do caso. Entretanto, a Polícia Civil identificou a participação ativa de ambos nos crimes. Guilherme Tavares de Paula foi condenado anteriormente a mais de 45 anos de prisão pelo mesmo caso.
Testemunhas de acusação e defesa foram ouvidas durante o julgamento. Ewerton Andrade, que já cumpriu quatro anos de prisão, deverá cumprir os 29 anos restantes de sua sentença. O caso foi marcado por sua brutalidade e pela tentativa de ocultar os crimes, incluindo o uso de substâncias inflamáveis e a destruição dos corpos.