Pacaraima, o município de Roraima que faz fronteira com Santa Elena de Uairén, na Venezuela, vive um clima de tensão e incerteza com a aproximação das eleições presidenciais venezuelanas, marcadas para 28 de julho de 2024.
As recentes declarações do presidente Nicolás Maduro, que afirmou que o país enfrentará um “banho de sangue” e uma “guerra civil” caso ele não seja reeleito, aumentaram a apreensão da população local.
O anúncio do governo venezuelano de que as fronteiras do país serão fechadas a partir da meia-noite de 26 de julho contribuiu para intensificar a preocupação dos moradores de Pacaraima.
Além disso, o governo de Maduro determinou a suspensão do porte de armas, a proibição de bebidas alcoólicas e a restrição de manifestações públicas até 29 de julho, medidas que geralmente são implementadas durante períodos eleitorais na Venezuela.
Pacaraima vem sofrendo de forma mais latente com a migração venezuelana nos últimos nove anos, sendo a principal porta de entrada para refugiados que buscam segurança e melhores condições de vida no Brasil.
A cidade e suas autoridades locais enfrentam desafios contínuos para lidar com o grande fluxo migratório, o que tem impactos diretos em todos os aspectos da vida na região.
Brasil reforça segurança na fronteira
Para aumentar a segurança e garantir a ordem pública, o Ministério da Justiça e da Segurança Pública (MJSP) autorizou o uso da Força Nacional de Segurança Pública em Boa Vista e Pacaraima.
A operação, que terá duração de 90 dias, visa apoiar as forças de segurança locais nas atividades essenciais para a manutenção da ordem e proteção das pessoas e do patrimônio.
Maduro declara que quem se assustou que tome chá de camomila
Na terça-feira, 23 de julho, Nicolás Maduro respondeu ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que expressou preocupação com seus comentários sobre um possível “banho de sangue” na Venezuela caso ele não seja reeleito.
Lula, em declaração na segunda-feira, disse ter ficado “assustado” com a afirmação de Maduro, ressaltando a necessidade de um processo eleitoral respeitado na América Latina.
Em sua defesa, Maduro ironizou, sugerindo que quem se assustou deveria “tomar uma camomila”. Ele também reiterou que a violência poderia ocorrer se um governo de extrema-direita, alinhado ao bolsonarismo, fosse eleito.