A vereadora Juliana Garcia (PSD), sobrinha do governador Antonio Denarium (PP), conquistou o respeito e o apoio da maioria dos vereadores, até dos aliados ao prefeito de Boa Vista, Arthur Henrique (MDB). Desta forma, não deve enfrentar rejeição ou resistência se assumir o comando da Câmara Municipal de Boa Vista (CMBV) em caso de afastamento do atual presidente, o vereador Genilson Costa (SD).
Embora os parlamentares estejam em recesso parlamentar, os bastidores políticos da Câmara estão aquecidos desde que Genilson Costa foi denunciado pelo Ministério Publico (MPRR) à Justiça estadual por tráfico de drogas em dezembro de 2023.
Logo após o órgão ministerial tornar pública a denúncia, que foi baseada em uma investigação da Polícia Federal deflagrada em meados de 2022, um grupo de vereadores, aliados e de oposição, chegou a orientar Genilson Costa a deixar o comando da Casa Legislativa e preservar a imagem para enfrentar o processo na Justiça e disputar as eleições deste ano.
No entanto, Genilson Costa afirma aos colegas que jamais deixará a presidência. Segundo fontes, há a possibilidade do parlamentar não disputar eleições em Boa Vista e migrar para concorrer a Prefeitura de Alto Alegre.
No entanto, a pressão dos colegas pelo afastamento de Costa pode dar maior prestígio à Câmara no último ano da atual legislatura. Ocorre que Juliana Costa conquistou o respeito e a admiração de boa parte dos vereadores, que, ainda que nos bastidores, estão torcendo para que ela assuma o comando da Casa Legislativa. Atualmente, Costa compõe a Mesa Diretora no cargo de vice-presidente.
Denúncia
Genilson Costa foi denunciado à Justiça de Roraima, no dia 15 de dezembro, pelo Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) por tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Costa foi um dos alvos da Operação Tânatos, deflagrada pela Polícia Federal em abril de 2022, para desarticular uma organização criminosa que atuava no tráfico de entorpecentes em Roraima.
As investigações da Tânatos iniciaram em dezembro de 2020 quando um dos denunciados foi preso com mais de 50 kg de skunk na entrada de Boa Vista.
Em uma das conversas verificadas no celular de um dos alvos da operação, um dos denunciados afirmou que R$ 1,5 milhão do montante proveniente do carregamento de droga seria destinado ao vereador “para ajudar na briga pela mesa”, em referência à disputa pela mesa diretora da Câmara Municipal na época.
Segundo a denúncia, mesmo após a prisão do homem que transportou o carregamento de droga, o grupo criminoso continuou a atuar na venda de entorpecentes em Roraima, inclusive com negociações realizadas dentro do gabinete do vereador na Câmara Municipal de Boa Vista.
Foto: Divulgação