Com contratos que se renovam ao longo de pelo menos 10 anos, alvos de denúncias e abertura de Comissões de Inquérito Parlamentar (CPIs) por falta de transparência, a empresa Sanepav, que já recebeu mais de meio bilhão, renova frota de caminhões coletores e Prefeitura de Boa Vista comemora.
“Para que a cidade esteja sempre limpa e organizada, a Prefeitura de Boa Vista faz investimentos constantes. Isso inclui renovar a frota de veículos que fazem a coleta de lixo. Recentemente, oito caminhões, com capacidade para armazenar e transportar nove toneladas, foram adquiridos e começam a circular nas ruas da capital ainda esta semana”, diz trecho de nota publicitária da Prefeitura de Boa Vista.
O contrato polêmico
A Prefeitura de Boa Vista, nas gestões de Teresa Surita e Arthur Henrique, ambos do MDB, já pagou mais de meio bilhão de reais a empresa paulista Sanepav Saneamento Ambiental LTDA para limpeza da capital de Roraima.
O contrato já foi alvo de duas Comissões de Inquérito Parlamentar (CPIs) da Câmara Municipal de Boa Vista por suspeita de irregularidades, encerradas sem quaisquer conclusão.
O Fato noticiou em outubro deste ano, após pesquisa no Portal da Transparência da PMBV, que o montante pago a empresa de 2016 a 2023, que chegou a R$ 583.844.010. No entanto, o montante deve ser ainda maior haja vista que o primeiro contrato com a empresa foi iniciado no ano de 2013 e no Portal da Transparência não há informações sobre valores pagos nos anos de 2013, 2014 e 2015.
À época, O Portal O FATO entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista, por meio da Secretaria de Comunicação (Semuc), para questionar os motivos de não haver dados sobre os contratos nos anos de 2013, 2014 e 2015.
Além disso, a reportagem também questionou o motivo da renovação do contrato ocorrer sucessivamente durante todos esses anos sem que fosse cogitado uma nova licitação.
Contudo, a reportagem não obteve quaisquer respostas da Secretaria de Comunicação da Prefeitura, o que é um protocolo adotado pela pasta quando se trata de assuntos negativos ou críticos à gestão de Arthur Henrique.
Diante do silêncio, a reportagem voltou a solicitar informações referentes aos anos que não constam no Portal da Transparência, mas ainda não obteve retorno.
Foto: Semuc