A Prefeitura de Boa Vista decretou nesta quarta-feira, 28, estado de emergência na saúde municipal. A medida, que ainda será publicada no Diário Oficial do Município, ocorre em resposta a uma série de desafios, incluindo o aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), ocupação elevada de leitos de UTI e uma crise de saúde gerada pelo crescimento do fluxo migratório venezuelano e pela crise sanitária Yanomami.
A titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), Regiane Matos, está em Brasília buscando soluções e em um vídeo publicado nas redes sociais relatou que teve um encontro com o secretário nacional de Atenção Especializada, Helvécio Miranda.
“Ele prontamente se posicionou e recomendou o decreto de emergência em saúde pública em Boa Vista. Com isso, a ação permite tomar medidas imediatas, com menos burocracia, como compras e contratações de emergência”, declarou a secretária.
O secretário Nacional de Atenção Especializada enfatizou a importância do trabalho realizado pela Prefeitura de Boa Vista e assegurou o apoio do Governo Federal. “Já temos uma portaria editada pela ministra Nísia Trindade. Com a decretação do Estado de Emergência, temos todas as condições de repasse adicional de recurso e de contratação de leitos de UTI e de leitos de terapia intermediária”, anunciou Miranda.
Hospital da Criança – A busca por soluções é fundamental, uma vez que o Hospital da Criança Santo Antônio é o único hospital público infantil em Roraima referência nos procedimentos de média e alta complexidade. A unidade atende crianças dos 15 municípios de Roraima, crianças indígenas e dos países vizinhos e tem sido particularmente afetada pelo aumento da imigração venezuelana, que trouxe um acréscimo significativo no número de pacientes.
Segundo dados da SMSA, em 2021, o Hospital registrou 11.707 atendimentos a venezuelanos. Esse número cresceu para 13.550 em 2022. Além disso, apenas de janeiro a abril deste ano, a unidade já realizou 5.191 atendimentos a cidadãos vindos da Venezuela. Este influxo tem contribuído para a pressão sobre os recursos de saúde e a necessidade de medidas urgentes. Com o Estado de Emergência em vigor, espera-se que medidas decisivas e necessárias possam ser tomadas para trazer alívio e melhorias.
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